Um simples aperto de mão ou mascar chiclete, que para nós, brasileiros, são atitudes normais do cotidiano, podem causar uma dor de cabeça incrível, algumas vezes passível até de multa, em outros locais do mundo.
Imagine só… Gorjeta é a norma nos EUA – se você não deixar nada para quem te atendeu em um restaurante, vai ser muita falta de educação. Por outro lado, o contrário é verdade no Japão. O gesto é visto como inútil na melhor das hipóteses, e como um insulto na pior das hipóteses – já que o valor do serviço está incluído na conta e os garçons devem desempenhar sua função com elevados padrões, independentemente de obterem esse “incentivo financeiro” extra. Dar gorjeta na Austrália também pode ser embaraçoso. Lá é proibido por lei e pode até dar cadeia…
Ainda no Japão:
Se for assoar o nariz, vá para o banheiro. Os japoneses consideram falta de educação assoar o nariz em público. Do acordo com os sites “Gap Year” e “Property Turkey”, da Turquia, além de assoar o nariz, tocar os dentes em público é algo extremamente rude, porém, em casos de necessidade, você pode limpar o nariz discretamente, segundo o “The Istanbul Insider”.
Brindar é comum em muitos lugares do mundo. Em Budapeste, no entanto, o costume de bater taças juntas aparentemente relembra a derrota da Hungria nas mãos dos austríacos durante a revolução húngara de 1848 (afinal, os inimigos comemoram a vitória brindando). O gesto é ainda hoje considerado ofensivo.
Mesmo algo aparentemente tão inócuo como um aperto de mão pode ser muito ofensivo – basta perguntar a Bill Gates. Em 2013, ele causou indignação na Coreia do Sul quando apertou a mão do presidente com a mão direita, enquanto a esquerda ficou no bolso. Foi uma ação julgada muito rude, pois o costume dita que é respeitoso a mão esquerda apoiar o braço direito durante a saudação. Deixar a mão no bolso como ele fez pode ser ainda mais agravante do que não usá-la no aperto de mão.
Em geral, “raspar” o prato denota contentamento, um sinal de que você gostou da comida. Não é o que acontece em países como China, Tailândia e Filipinas, onde a atitude é lida como um sinal de insatisfação com a generosidade do anfitrião. Nesses locais, parte-se do pressuposto que é preciso servir o bastante. Deixar um pouquinho da comida intocada, portanto, mostra saciedade na medida. Limpar o prato, por outro lado, dá a entender que ainda há espaço no estômago e que seu anfitrião lhe deu pouco para comer…
Evite cruzar as pernas se estiver no Iraque. A regra que vale para homens e mulheres é sentar com as pernas unidas e a sola do sapato no chão, pois mostrá-las é falta de educação.
Mão espalmada com dedos separados… Em muitos lugares, o gesto é entendido como uma espécie de “não, obrigado”. Dependendo da situação, também pode ser visto como uma indicação de presença, como na resposta à chamada escolar. Na Grécia, ele tem até nome próprio: moutza. E é visto como uma ofensa gravíssima. Sua origem remonta à antiguidade. Uns o ligam a rituais de maldição. Outros, à condenação de criminosos durante o Império Bizantino. Isso porque os presos eram ridicularizados em um desfile pela cidade, em que seus rostos eram cobertos com cinzas. Como as cinzas eram retiradas primeiro com as mãos fechadas e depois com os dedos abertos, o próprio gesto, com o tempo, acabou virando um insulto.
Nem pense em passar a mão na cabeça de uma criança se estiver na Tailândia. É uma ofensa grave, pois esse é o local do corpo em que a alma fica guardada.
Até no Facebook o polegar para cima é associado à aprovação. Mas não se engane: há locais em que o gesto é visto como uma injúria, e das graves. No Irã e Afeganistão, por exemplo, o tradicional “joinha” é interpretado como um gesto dos mais obscenos.
Na Índia e na China, quem abre o presente assim que ganha é alguém sem classe. É importante guardar o pacote e abrir depois sem ninguém por perto.
Quando visitar Cingapura, nem pense em alimentar os pássaros. Além de ser considerado falta de educação, vai gerar uma boa multa. Assim como cuspir na rua, comer no transporte público ou jogar lixo no chão.
Lá também é um problema mascar chiclete… não é apenas falta de educação. É contra a lei mesmo. Em 1992, foi criada uma norma que pune com multa quem resolve sair mascando a guloseima por aí. Essa dica vale um pouco mais de detalhamento, porque é uma história interessante.
Você não vai encontrar um Trident por lá, mas apenas chiclete para fins dentários e chiclete de nicotina para quem quer parar de fumar. Eles só são vendidos em farmácias e para comprar é preciso dar o nome e mostrar um documento de identificação. Tenso, né? Hoje em dia é assim, mas a situação já foi pior.
Durante 12 anos (de 1992 a 2004) mascar chiclete foi proibido em Cingapura sob pena de multa de US$ 500 a US$ 1000. Aliás: era tudo proibido, mascar, comprar, vender, fabricar e importar. O governo proibiu o produto porque as pessoas não estavam fazendo o descarte correto do chiclete, ou seja, jogando o lixo no lixo. O custo que o governo tinha para manter as ruas limpas e consertar os equipamentos de limpeza era muito alto.
A situação ficou ainda mais séria quando o metrô, principal transporte público do país, passou a não funcionar propriamente por causa dos chicletes grudados nas portas dos vagões. Com tantos danos causados ao patrimônio público, o governo então decidiu em 1992 banir o chiclete no país. Em 2004, a lei foi revista e os chicletes para benefícios da saúde foram então liberados.
Mas não se engane: se você jogar o chiclete no chão, prepare-se…
Em Ruanda, na África, você é considerado grosseiro e mal-educado se fizer um lanchinho enquanto está em algum lugar que não sirva comida, como, por exemplo, no ônibus ou até mesmo no meio da rua.
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Eu acho que dicas como essas, e tantas outras, deviam estar em folhetos informativos nos aviões, aeroportos ou agências de viagens. As diferenças culturais entre os povos são muitas e o viajante pode incorrer em transtornos tanto para ele quanto para os habitantes locais por causa desse desconhecimento.
Por exemplo, você está visitando alguém na China e resolve lhe dar um presente. NUNCA DÊ um guarda-chuva ( significa que você pretende romper sua relação com a pessoa) ou um relógio de parede (a palavra chinesa para “relógio” soa exatamente como “final”. E isso quer dizer para eles que se está desejando seu final, sua morte) …
Fontes:
Exame, Marcela Ayres
Hypescience, Natasha Romanzotti
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