Piratas.
Terrores dos mares e aventureiros destemidos, piratas sempre captaram a imaginação popular. As aventuras desses marinheiros movidos por ganância e o desejo por uma vida mais livre inspiraram muitos livros e filmes.
Descubra nessa lista alguns dos piratas que espalharam o terror pelos sete mares.
Bartolomeu Português (?-1669)
- País de origem: Portugal
- Onde pirateou: no Caribe
A grande contribuição de Bartolomeu Português para a pirataria foi a invenção do Código Pirata, uma lista de regras que a tripulação de um navio pirata usava como lei (quem assistiu os filmes da série “Piratas do Caribe”, da Disney, deve ter notado que os piratas faziam menção a esse código). Ele ajudava a manter a disciplina e garantia uma distribuição mais justa dos lucros entre os marinheiros.
Depois de alguns sucessos no alto mar, Bartolomeu Português foi perseguido por uma maré de azar. Capturado por espanhóis, ele conseguiu fugir do navio onde estava preso, chegou à costa mexicana e se escondeu na floresta. Depois de uma longa caminhada, conseguiu uma carona de outro pirata, juntou uma tripulação e capturou o navio onde ficou preso! Mas o azar não tinha terminado. O navio naufragou…
Bartolomeu sobreviveu mas passou seus últimos dias na miséria, sem mais sucesso como pirata.
Roque Brasiliano (cerca de 1630-1671)
- País de origem: Holanda
- Onde pirateou: na costa da América Central e no Caribe
Roque Brasiliano era ruim, até para o padrão dos piratas! Nascido na Holanda, sua família se mudou para o Brasil quando era pequeno (daí ficar conhecido como Brasiliano, ou Brasileiro). Quando sua colônia foi conquistada pelos portugueses, ele se mudou para a Jamaica, onde se dedicou à pirataria e se tornou capitão.
Como capitão, Roque Brasiliano ganhou fama por sua brutalidade. Ele ameaçava sua tripulação e não tinha dó dos prisioneiros que fazia, espalhando o terror por onde passava. Prisioneiros espanhóis, em particular, eram alvo de suas torturas cruéis. Não se sabe como sua vida chegou ao fim, mas quando desapareceu, o mar se tornou um lugar mais seguro.
- País de origem: Irlanda
- Onde pirateou: no Caribe
O caso de Anne Bonny foi motivo de muita fofoca, na época. Casada com um pirata de segunda categoria, chamado James Bonny, ela desprezou o marido quando ele se tornou informante do governo, traindo os colegas. Então Anne fugiu com seu amante, o capitão pirata Jack Rackham. A bordo do seu navio, ela vestia-se como homem e era tão feroz quanto os outros tripulantes.
Anne descobriu que outro membro da tripulação também era uma mulher disfarçada: Mary Read. Quando o navio foi atacado por um galeão da armada britânica, somente essas duas mulheres ofereceram resistência, porque os outros piratas estavam todos bêbados! Condenadas à forca, as duas mulheres alegaram gravidez e foram poupadas. Mary Read morreu na prisão, mas ninguém sabe o que aconteceu a Anne Bonny. Há quem pense que ela foi resgatada pelo pai e voltou para casa, mas quem sabe se não voltou ao mar?
William Kidd (cerca de 1654-1701)
- País de origem: Escócia
- Onde pirateou: no Caribe e no Oceano Índico
Não se sabe exatamente se William Kidd era mesmo pirata. Na verdade, ele foi contratado pelo governo britânico para… caçar piratas! Mas não teve sucesso em sua missão e, quando atacou um navio que não devia, foi acusado pelo Império de pirataria. Acabou sendo preso e executado, e seu corpo foi exposto como aviso para outros piratas.
William Kidd ficou conhecido principalmente por ter enterrado parte de seu tesouro como um seguro contra calamidades. Isso não o salvou da forca, mas deu origem às histórias populares de tesouros piratas enterrados em ilhas desertas, como no livro A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson (1882).
Sayyida Al Hurra (1485-1561)
- País de origem: Granada (Espanha)
- Onde pirateou: no Mar Mediterrâneo
Quem disse que uma rainha não podia ser pirata? Sayyida Al-Hurra foi uma nobre árabe que nasceu em Granada, na Espanha, mas que teve de fugir para Marrocos quando os espanhóis conquistaram seu reino. Ela se casou com o rei da província de Tetuoan e, quando ele morreu, assumiu o poder como rainha.
Nessa época, os portugueses e espanhóis estavam tentando conquistar o norte de África. Por isso, Sayyida Al-Hurra decidiu defender seu território através da pirataria. Suas frotas atacavam navios ibéricos, roubavam bens e faziam prisioneiros. Se os portugueses ou espanhóis quisessem recuperar o que tinham perdido, tinham de negociar com a rainha. Mulher brava, meus amigos!
- País de origem: Gales
- Onde pirateou: na costa das Américas e da África Ocidental
Este foi o pirata de mais sucesso do seu tempo. Ele abordou mais de 400 navios e era considerado quase invencível.
Certa vez, Roberts encontrou uma frota de navios mercantis portugueses. Ele fingiu que seu navio era parte da frota, encontrou e conquistou o navio com mais riquezas e conseguiu fugir antes de alguém soar o alarme! Mas sua sorte não durou para sempre. Em uma ocasião, quando seus marinheiros estavam bêbados, foram atacados e Bartholomew Roberts morreu no confronto. Sua morte foi um choque tão grande que a tripulação toda se rendeu.
Hayreddin Barbarossa (cerca de 1478-1546)
- País de origem: Império Otomano
- Onde pirateou: no Mar Mediterrâneo
Barbarossa, ou Barba Ruiva em português, foi o mais notável de três irmãos piratas. O nome Barbarossa foi inicialmente um apelido dado a seu irmão mais velho, que era o comandante do navio. Quando o irmão morreu, Hayreddin assumiu o título e o comando. Ele e seus irmãos capturaram muitos navios de países europeus e ajudaram muitos muçulmanos a fugir da Espanha.
Nessa época, os países católicos da Europa estavam em guerra contra o Império Otomano e outros povos muçulmanos, lutando pelo domínio do Mar Mediterrâneo e do norte de África. Barbarossa foi um pirata a serviço dos povos muçulmanos, acabando por se tornar um oficial naval legítimo e governador do Império Otomano. Ele era tão bom estrategista que, certa vez, conseguiu derrotar uma coligação de 300 navios europeus com apenas 122 embarcações! Seu corpo está sepultado em Istambul, na Turquia, onde ainda é admirado.
- País de origem: China
- Onde pirateou: ao longo da costa da China
Ching Shih provavelmente liderou a maior armada pirata de todos os tempos. No auge do seu poder, ela comandava mais de 300 navios e milhares de homens! Seu nome era temido nos mares da China por sua brutalidade e força. Quem diria que uma mulher, que começou como prostituta, poderia chegar tão longe?
Bonita, inteligente e letal, Ching Shih deixou a prostituição quando se casou com um pirata poderoso chamado Cheng Yi, partilhando o poder com ele. Quando o companheiro morreu, ela assumiu o comando e dominou a costa chinesa com punho de ferro. Ching Shih lutou contra frotas chinesas, portuguesas e inglesas, mas ninguém conseguiu conter seu poder! Por fim, o imperador chinês ofereceu um perdão oficial aos piratas e Ching Shih se reformou, morrendo em paz como dona de um bordel e uma casa de apostas.
Edward Teach (cerca de 1680-1718), mais conhecido como Barba Negra!
- País de origem: Inglaterra
- Onde pirateou: no Caribe e na costa leste da América do Norte
Possivelmente foi o pirata mais famoso de todos.
A bordo de seu navio principal, o Queen Anne’s Revenge, Barba Negra organizou a captura de muitos navios e aterrorizou o Caribe e as colônias americanas. Reza a lenda que ele colocava fogo à sua famosa barba negra para assustar seus inimigos nas batalhas! Mas, apesar das aparências, não costumava maltratar seus prisioneiros.
Edward sabia usar muito bem a própria imagem em seu favor. Ele tentava se manter o mais amedrontador possível. Alto, o pirata cultivava um olhar amedrontador, e preferia exercer a sua influência sobre os seus comandados e reféns do que utilizar a violência.
A fama de Barba Negra pode passar a mensagem de que ele aterrorizou os mares durante anos, mas não. Na realidade, ele comandou embarcações somente por dois anos, de 1716 a 1718.
Como todo bom pirata, Barba Negra também tinha uma Jolly Roger, nome dado às bandeiras dos piratas que geralmente indicavam a mesma coisa: perigo. A bandeira de Teach era um esqueleto com chifres, simbolizando o próprio demônio, segurando um arpão e uma ampulheta enquanto mira sua arma para um coração.
E como qualquer pirata de carreira, Barba Negra morreu de forma violenta no mar. Em uma batalha contra as autoridades coloniais americanas, quando sua frota bloqueou os portos da Carolina do Sul, impedindo qualquer embarcação de sair ou entrar no porto sem ser saqueada, ele ficou cercado e morreu lutando contra vários homens ao mesmo tempo. Sua cabeça cortada foi pendurada do navio capitânia dos vencedores.
Carreira de pirata é curta…
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