Me deu saudades de um monte de coisas:
Ando com saudades de café com pão.
De namorados dando beijinhos no portão.
De pedir bênção a pai e mãe.
(Deus te abençoe!)
De ver um varal cheio de roupa, com cheiro apenas de sabão.
De sentir respeito pela polícia.
De cantar o Hino Nacional, com mão no peito e lágrimas nos olhos;
De acreditar que o Brasil ganhou a Copa do Mundo porque jogou direito.
De saber que o Zezinho, filho do porteiro, não vai morrer de dengue.
E que Maria feirante poderá ter um filho médico.
Saudades de homens que usavam apenas o assobio como galanteio. Fiu-fiu!
Morro de saudades do tempo em que o presidente de uma nação era o mais respeitado cidadão do país.
Que cadeia era lugar só de ladrão.
Acho que andaram invertendo a situação.
Ando com saudades de galinha de galinheiro.
De macarrão feito em casa, com tempero sem agrotóxico;
De só poder tomar guaraná em dia de festa.
De homens de gravatas.
De novela com final feliz.
De pipoca doce de pipoqueiro;
De dar bom-dia à vizinha;
De ouvir alguém dizer obrigado ao motorista do ônibus e ele frear devagarzinho, preocupado com o passageiro.
Saudades de gritar que a porta está aberta para os que chegam.
Saudades do tempo em que educação não era confundida com autenticidade.
Hoje, se fala o que quer em nome de uma “tal” verdade e pedir perdão virou raridade.
Ando com saudades de ver no céu pipas não atingidas pelo efeito estufa.
Saudades das chuvas sem acidez…
(autor desconhecido)
E dessa música do Sérgio Bittencourt, que eu ouvia nos programas de auditório da TV e não entendia porque gostava tanto…
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