Ele podia ser um alívio para a gasolina cara de hoje em dia

Em 5 de setembro de 1956 era lançado o Romi-Isetta no Brasil, e o País recebia um veículo urbano de tamanho compacto, que nasceu na Europa no final dos anos 1940. Por aqui, foi o primeiro automóvel de produção em série.
Sua fabricação ficou a cargo das Indústrias Romi, famosa pela produção de tratores, em Santa Bárbara D’Oeste (SP). O modelo foi produzido até 1961, e cerca de 3.000 unidades ganharam as ruas ao longo dos cinco anos de produção.

Pesando somente 350 kg e com lugar para dois adultos e uma criança, trazia características que combinam muito bem com as necessidades do mundo atual, onde os motoristas sofrem com combustível nas alturas e também com os frequentes congestionamentos – sem falar da escassez de vagas para estacionar…
O Romi-Isetta era capaz de consumir impressionantes 33 km/l, segundo anúncio do veículo publicado em 1957. A média oficial de 25 km/l, no entanto, acabou sento integrada a seus dados técnicos. Média que, sem dúvida, atrairia os motoristas de hoje.

Dentre as características especiais do carrinho, tinha uma (única) porta dianteira que – inspirada em aviões cargueiros – quando se abria, levava consigo a coluna de direção. Por dentro, apenas um banco. Aliás, dependendo da altura dos ocupantes, bater a cabeça no teto era normal.


Sua velocidade máxima chegava a 85 km/h, e o tanque de combustível tinha apenas 13 litros. Ele se tornou muito popular, com muitos artistas famosos da época fazendo comerciais do carrinho. E ainda recebeu um apelido carinhoso da população: o “ovo do papa-fila“.
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O “papa-fila”, conceito criado nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, foi o “pai” dos ônibus articulados. Nada mais era do que uma carroceria para passageiros movida por um caminhão.
Eles eram lentos, barulhentos e desconfortáveis, mas serviram por um tempo para resolver o problema da mobilidade nas grandes cidades, já que podiam levar 60 passageiros sentados – uma enormidade diante dos pequenos ônibus de então.

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O fato de ter apenas uma porta foi um complicador para o “ovo de papa-fila”, porque ele não foi considerado um automóvel… o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA) do governo de Juscelino Kubitschek (empossado Presidente da República em 1956), definiu que os veículos precisavam ter duas portas e duas fileiras de bancos para receber incentivos federais.
Foi dessa maneira que o Romi-Isetta, ao perder seus incentivos, teve o preço duplicado e se tornou menos vantajoso que outros modelos do mercado, saindo de linha em 1961.
Seu sucessor 100% elétrico

Sim, nosso bom e velho Romi-Isetta ressuscitou na Itália, modernizado. O Microlino 2.0 traz vários dos conceitos introduzidos pelo original – incluindo a única porta, posicionada na dianteira.
Pesando 535 kg, tem velocidade máxima de 90 km/h, autonomia da bateria de 250 km e o grande destaque é o compartimento de bagagem, que pode levar até 230 kg.

Ele custa, na Itália, a partir de 12,5 mil euros… quanto custaria aqui no Brasil?
Fontes:
Wikipedia
jornaldocarro.estadao.com.br
uol.com.br


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