
A Jornada do Herói é um conceito criado por Joseph Campbell, que foi um mitólogo, escritor, conferencista e professor universitário norte-americano, famoso por seus estudos de mitologia e religião comparada, além de autor da obra O Herói de Mil Faces.

Esse conceito descreve um padrão narrativo arquetípico encontrado em muitas mitologias, contos de fadas, filmes, romances e outras formas de narrativa. Campbell, em seu livro, retrata os passos comuns que um herói ou protagonista segue em sua jornada de autodescoberta, transformação e triunfo sobre desafios. É uma estrutura narrativa que tem sido usada em histórias há milhares de anos.
Além dos livros ou filmes, você sabia que a Jornada do Herói também tem uma grande influência nas histórias em quadrinhos?
Em HQs de super-heróis, o herói geralmente é alguém com habilidades especiais ou poderes, que é chamado para salvar o mundo ou proteger sua cidade. O herói geralmente enfrenta um vilão ou inimigo que representa um desafio para suas habilidades e força.
À medida que a história avança, o herói enfrenta várias provações, muitas vezes perdendo algo importante no processo. No final da história, o herói retorna transformado de alguma forma, tendo aprendido algo sobre si mesmo ou sobre o mundo ao seu redor.
O Homem-Aranha é um dos exemplos de personagens das HQs que passaram pela Jornada do Herói em suas histórias. O personagem surgiu em 1962, na revista Amazing Fantasy, da Marvel, e foi criado por um esforço coletivo entre Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko.

Entretanto, Kirby participou somente do desenvolvimento inicial do Aranha, mas nunca foi desenhista regular. Sendo assim, as histórias ficavam a cargo de Lee e Ditko.



E como a Jornada do Herói influenciou em sua criação e desenvolvimento?
Veja a seguir os pontos fundamentais:
- Chamado para a Aventura: Peter Parker, um adolescente comum, é picado por uma aranha radioativa, ganhando poderes extraordinários.

2. Recusa do Chamado: Inicialmente, Peter usa seus poderes para ganho pessoal, ignorando suas responsabilidades.
3. Encontro com o Mentor: A morte de seu tio Ben, que lhe ensinou que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, serve como um momento de mentoria crucial.

4. Travessia do Primeiro Limiar: Peter decide usar seus poderes para combater o crime, assumindo a identidade do Homem-Aranha.
5. Provações, Aliados e Inimigos: Ele enfrenta diversos vilões e muitos desafios, enquanto constrói relações com outros heróis e personagens. Encara crises pessoais e dilemas morais, ao lutar contra os vilões Duende Verde ou o Dr. Octopus.


Seu primeiro interesse romântico foi Gwen Stacy. Mas o romance entre Peter e Gwen termina em tragédia, quando o Duende Verde joga a garota da ponte George Washington, em Nova York, para se vingar do Homem-Aranha, que tenta salvá-la, mas não consegue evitar sua morte.

Depois de Gwen, o novo romance de Peter foi com Mary Jane Watson. O relacionamento entre Mary Jane e Peter Parker é sempre conturbado, tanto na vida pessoal de Peter quanto em suas aventuras como Homem-Aranha.

6. Recompensa: Ganha reconhecimento e respeito, mas também enfrenta perdas e sacrifícios.
7. Caminho de Volta: Retorno à sua vida cotidiana, mas com uma nova perspectiva e responsabilidade.
As HQs de super-heróis são muito criticadas por seguir uma fórmula previsível, mas a estrutura da Jornada do Herói permite que os escritores explorem temas universais e emocionais de uma maneira que ressoa com os leitores.
Ela ajuda a criar histórias de redenção, ao mostrar como um personagem que cometeu erros no passado pode se tornar um herói ao enfrentar seus demônios internos e superar seus defeitos.
Além disso, o escritor pode apresentar um dilema ético que o personagem precisa resolver, onde o herói cresce e evolui ao longo da história.
A Jornada do Herói é um modelo narrativo tão popular porque cria uma história envolvente e emocionante, que mantém o leitor interessado e torcendo pelo personagem principal. Além disso, as etapas da jornada são universais e podem ser aplicadas a qualquer tipo de história ou personagem.
Joseph Campbell e Christopher Vogler: as mentes por trás deste conceito
Campbell analisou histórias como a de Jesus, Buda e até mesmo de contos de fadas. Ao se aprofundar sobre esse estudo, o autor descobriu um padrão narrativo que gira em torno da figura do herói, a partir de um olhar psicanalítico. Se você tiver interesse em conferir o livro “O Herói de Mil Faces”, vai ver que Campbell explica sua teoria a partir dos arquétipos de Jung e das forças inconscientes de Freud.
Christopher Vogler, por sua vez, é o roteirista responsável por levar a teoria de Campbell para os estúdios da Disney. Com base na Jornada do Herói originalmente escrita por Campbell, Vogler escreveu um guia chamado “A Jornada do escritor: estruturas míticas para novos escritores”, publicado em 1992.
Basicamente o que Vogler fez foi tornar as ideias de Campbell mais acessíveis e palpáveis. Podemos ver esse método narrativo em filmes como Mulan, Rei Leão e A Pequena Sereia. A indústria cinematográfica se beneficiou muito do trabalho de Vogler.
PARA SABER MAIS:
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Fontes:
Wikipedia
segredosdomundo.r7.com.br
cinefront.org


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