O sacripanta deu um tabefe na sirigaita enquanto o janota armava o maior quiprocó
Não é só uma questão de gírias. Nem de modismos. Algumas palavras da nossa língua simplesmente deixaram de ser usadas com o passar das décadas, e expressões comuns nos tempos dos nossos avós, ou mesmo dos nossos pais, são completamente desconhecidas pelas novas gerações.
Com o tempo, novas palavras vão surgindo, assim como novos significados para palavras antigas, o que acaba deixando nosso idioma com algumas diferenças entre épocas. E palavras, tão coloquiais há alguns anos, foram engavetadas e esquecidas.
Só pra citar alguns exemplos, e os seus significados:
- Tabefe (tapa, bofetada)
- Sacripanta (patife, pilantra)
- Basbaque (pessoa ingênua, simplório, tolo)
- Chumbrega (de má qualidade, ordinário)
- Sirigaita (mulher espevitada, pretensiosa)
- Alcunha (apelido, codinome)
- Janota (pessoa bem vestida)
- Petiz (criança)
- Pachorra (calma excessiva, paciência)
- Garrucha (espingarda, bacamarte)
- Quiprocó (confusão, balbúrdia)
- Balela (mentira, conversa fiada)

- Fuzarca (bagunça)
- Supimpa (excelente, muito bom)
- Alpendre (varanda coberta)
- Bidu (pessoa que adivinha as coisas)
- Bulhufas (coisa nenhuma, nada)
- Radiola (aparelho de som, rádio com vitrola)
- Vitrola (toca-discos)
- Gorar (não dar certo)
- Lorota (mentira)
- Cacareco (coisa velha, objeto sem valor)

E, como falei de gírias um pouco acima, vou relembrar algumas expressões usadas em décadas passadas, e que – assim como essas palavras – também caíram em desuso, substituídas por outros modismos. Afinal, “crush”, “suave na nave”, “de boa” fazem parte do vocabulário de hoje, e também mudarão com o passar do tempo, ganhando novos significados, ou serão simplesmente esquecidas.

Balangandans: acessórios como brincos, pulseiras e anéis usados em exagero.
Brotinho: Garota bonita
Coqueluche: Febre do momento
Fuzarca: confusão, alvoroço

Bafafá/ Fuzuê: Confusão
Barbeiro: mau motorista
Chá de cadeira: espera demorada

Carango: carro
Bicho: cara, amigo
Bulhufas: nada
Calhambeque: carro velho
Duvi-de-o-dó: duvidar de algo.
É uma brasa, mora!: Como se fosse algo do tipo: É muito legal, saca?
Esticada: passar por vários restaurantes e bares noturnos
Lelé da cuca: louco, desequilibrado
Morou?: entendeu?
Pão: homem bonito
Papo firme: sério, real, verdadeiro
Patota: turma de amigos
Prafrentex: avançado, moderno
Sebo nas canelas: apresse-se, vamos rápido

Tutu: dinheiro
Bidu: pessoa esperta
Grilado: desconfiado, em dúvida
Maior barato: legal, sensação boa
Pagar sapão: se dar mal
Pra lá de Marrakech: drogada, chapado, bêbado
Russo: situação ruim, difícil
Pisante: calçado

Bode: mau humor, cara amarrada
Caroço: gente chata, enjoada
Maneiro: muito bacana
Numa nice: numa boa
Tá crowd: tá lotado
Tomou doril: sumiu
Viajar na maionese: falar coisas absurdas, entrar em contradição
Zura: pão duro
Pistoleiro/a: pessoa interesseira
Massa: bom, ótimo, legal

Antenado: informado, ligado em tudo
Azaração: pegação, namorico
Mauricinho: rapaz rico e mimado, que geralmente depende dos pais
Pagar mico: passar vexame
Patricinha: moça rica e mimada, que geralmente depende dos pais.
De lei: é assim
Descolar: arranjar, conseguir
Gato/a: homem/mulher bonito/a
Perua: mulher muito arrumada, com ares de madame
Pintar: aparecer
O engraçado é que acabo de descobrir que uso palavras ou gírias de quase todas as décadas, ahahaha! E você, conhece mais alguma que não entrou? Comente.
ATUALIZAÇÃO
Duas que esqueci, enviadas pela Mara Andrade: “tá ligado”; “cola aqui”.
Fontes:
Veja SP Por Roosevelt Garcia
universoretro.com.br https://universoretro.com.br/veja-algumas-das-girias-mais-utilizadas-nas-decadas-passadas/
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