Minha amiga Clene Salles, que vive no Peru, foi há tempos à cidade de Cajamarca para dar sua palestra, “Prácticas Terapéuticas a través del Biorritmo Planetario” no Encontro Internacional que lá se realizou. Ela vive em Trujillo, na costa norte do país, e a viagem de ônibus a Cajamarca dura cerca de 5 horas. Não que seja tão distante assim – em linha reta -, mas é que a cidade fica nos Andes, a 2.500 metros de altura, e a estrada é perigosa e cheia de curvas.
Bem, não é difícil de imaginar que uma estrada rodeando as montanhas da Cordilheira dos Andes – ou de qualquer cordilheira, na verdade – seja de fato íngreme e provavelmente mais adequada ao tráfego de burricos e lhamas do que de carros e ônibus. Mas essa rodovia que liga Trujillo a Cajamarca, por mais perigosa que seja, felizmente não se compara à Estrada da Morte na Bolívia.
El Camino a los Yungas é uma estrada de 80 km que liga La Paz à Coroico, na Bolívia, mais conhecida como El Camino del Muerte. É famosa por ser extremamente perigosa, e foi declarada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento como a estrada mais perigosa do mundo. A estrada foi construída com trabalho escravo dos prisioneiros paraguaios durante a Guerra do Chaco, em 1930. É uma das poucas rotas que ligam a selva amazônica, ao norte da Bolívia, com a cidade de Paceña.
Atualmente existe uma rodovia mais moderna e mais segura que liga a capital à essa região, eliminando a necessidade de usar a antiga Rota 3. Por causa de suas encostas íngremes, com uma largura da pista de 3 metros em alguns lugares, e falta de grades de proteção, a Rota 3 torna-se extremamente perigosa.
Também na área é comum a incidência de neblina e de chuvas, reduzindo a visibilidade, além do leito não asfaltado em alguns trechos e as pedras soltas caindo das montanhas. Há abismos de mais de 800 metros em vários locais do trajeto e a estrada tem duas pistas… O regulamento prevê que os motoristas que se dirigem para La Paz, subindo a montanha, têm preferência de quem desce. E assim, se você está descendo, deve parar para dar passagem.
Acontecem mais de 200 acidentes por ano, com uma média de 96 mortes, a estrada é marcada por cruzes nos locais das quedas mas, apesar de tudo isso, tornou-se um popular destino turístico para os aventureiros do mundo todo. Desde a década de 1990, os motociclistas e os entusiastas de mountain bike usam essa pista muito por conta das paisagens deslumbrantes.
Tudo bem, as paisagens são lindas, mesmo. Mas, sei lá, eu iria a pé…
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