Existe um filme que sempre curti muito, “Projeto Filadélfia”, de 1984, produção de John Carpenter e direção não sei de quem.
Sinopse: No ano de 1943, a marinha americana está pronta para executar o ambicioso Projeto Filadélfia, onde sofisticadas técnicas são empregadas na tentativa de evitar a detecção de sinais por radar. Um erro faz com que David Herdeg (Michael Paré) e Jim Paker (Bobby Di Cicco), membros da tripulação do destroyer Eldridge, viajem pelo tempo sofrendo os efeitos terríveis e letais causados pela alteração de eletro-energias e são perseguidos pelos que não crêem em sua versão fantástica dos fatos.
Tem no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=B5DecgryFPQ.
A ideia é legal e o filme, em si, é tosqueira, com efeitos de quinta categoria e atuações péssimas. Mas eu sempre gostei do tema viagem no tempo, e esse filme deu uma bela sessão da tarde. O mais notável é que ele teria vagamente se baseado em um evento real. O Experimento Filadélfia (que deu o nome em inglês ao filme) foi um projeto naval que supostamente transformou um navio militar invisível, através de uma tecnologia que visava curvar a luz em torno do objeto para torná-lo invisível. O projeto, no entanto, teria dado errado, com o navio desaparecendo em um flash para outro local e voltando tempos depois (como num teletransporte). Ocorre que a tripulação acabou adoecendo, outros membros teriam desaparecido e tripulantes acabaram se fundindo ao metal do navio devido a energia liberada para o tal projeto.
Segundo quem defende que isso de fato aconteceu, o Experimento era uma aplicação prática da Teoria de Campo Unificado de Einstein e foi testado num destróier da marinha americana, o USS Eldridge.
O objetivo era mudar o rumo da Segunda Guerra Mundial e os cientistas queriam criar um navio invisível. E o experimento foi conduzido em outubro de 1943, numa base naval da Filadélfia. Envolto a uma nuvem esverdeada, o navio sumiu dos radares e ficou invisível a todos que acompanhavam o experimento. Entretanto, a operação não foi um sucesso. O que os cientistas descobriram de maneira acidental foi como abrir uma fenda no espaço-tempo. De acordo com os poucos sobreviventes da operação, o destróier foi teletransportado para Norfolk, Virginia, a 300 quilômetros do ponto original , 40 anos no futuro e lá permaneceu navegando pelas águas, em uma tarde ensolarada de 1983, durante 15 minutos e se rematerializou no estaleiro da Filadélfia após esse tempo. Somente três tripulantes sobreviveram e, claro,o governo negou tudo.
Há duas correntes que procuram explicar esses fatos. A primeira aceita que essa experiência de fato ocorreu e criou essa anomalia espaçotemporal. A segunda corrente diz que o que ocorreu foi a desmagnetização do navio, para protegê-lo de minas e torpedos magnéticos, tornando-o “invisível” ao radar ativado por magnetismo. Esse procedimento é alcançado por um campo eletromagnético criado por fios correndo no corpo do navio.
Segundo essa corrente, as pessoas que disseram ter ouvido falar do Experimento, na verdade, tinham ouvido conversas sobre essa tecnologia, e outras que estavam sendo desenvolvidas, e como “quem ouve um conto aumenta um ponto”…
Claro que a invisibilidade interessa a todas as forças armadas. Hoje há navios e aviões com essa capacidade, e desde o início dos tempos os conflitos armados servem para avanços científicos e tecnológicos. Por isso, uma experiência com aplicações práticas do eletromagnetismo não seria impossível de ocorrer. Mas, a grande questão que se levanta é: se esse experimento ocorreu, por que justo nessa base naval e não num local mais secreto? As bases navais e os portos eram sempre espionados pelos agentes secretos alemães.
Vista área da base naval da Filadélfia, em 1945.
O que há de concreto em tudo isso é que o USS Eldridge foi usado pela marinha americana até 1946, sendo repassado para a marinha grega onde permaneceu em uso até 1991, quando foi transferido para a Base Naval de Amfiali. O navio foi descartado para o ferro velho durante a segunda metade dos anos 1990. O navio foi repassado com grandes mudanças em seu peso bruto, fiações extras que não levavam a lugar nenhum e compartimentos lacrados…
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