
A história da garrafa, e do próprio refrigerante, é muito curiosa…
Sobre o refrigerante
Na verdade, a receita da Coca-Cola era um remédio para o estômago, um mal-estar comum entre os norte-americanos da época e que afligia os pacientes com uma incômoda dor de cabeça. Quem criou esse medicamento foi o farmacêutico John Pemberton, em maio de 1886, em Atlanta, nos Estados Unidos.
A fórmula original era uma mistura de folhas de coca, extrato de noz de cola, óleo de noz moscada, óleo de limão, óleos de lima, coentro e muito açúcar, além de alguns outros óleos essenciais, compondo os ingredientes que depois ficaram conhecidos como sabor 7X.
O concentrado, a princípio, era embalado em pequenos barris de madeira, na cor vermelha. A partir daí, o vermelho foi adotado como cor oficial da bebida. As folhas de coca eram usadas para dar uma qualidade mais “tônica” à bebida.
No ano de 1903, porém, o então dono da Coca-Cola, Asa Candler, buscou o químico alemão Louis Schaefer, para que ele produzisse um composto de coca sem cocaína.

No mesmo ano, a Coca-Cola eliminou a cocaína de sua bebida e substituiu por cafeína, usada apenas como aromatizante.
A garrafa icônica
Depois que Asa Candler comprou a fórmula da Coca, decidiu que ela podia ser oferecida como uma “bebida deliciosa e refrescante”, e era vendida em copos nos mercados e pequenos pontos de venda.

O talento publicitário de Candler impulsionou as vendas do refrigerante, que cresceram quase dez vezes então. Ele passou a distribuir cupons que valiam um copo grátis da bebida. Além disso, começou a produzir uma série de brindes com a marca, de calendários a relógios.
O grande aumento da demanda deixou claro que seria preciso vender a bebida engarrafada, não apenas em copos avulsos, e espalhou uma série de fábricas de engarrafamento em pontos estratégicos do país, facilitando a distribuição. Em pouco tempo, o refrigerante já era conhecido em várias partes dos Estados Unidos.
Mas as garrafas não eram padronizadas, o que prejudicava a produção em larga escala e facilitava a pirataria. Em 1915, o advogado da empresa, Harold Hirsch, organizou um concurso de design para encontrar a garrafa ideal. Oito empresas de embalagens foram convidadas a criar “uma garrafa que uma pessoa pudesse reconhecer apenas com o tato, e que tivesse um formato que, mesmo quebrado, seria identificável com uma rápida olhada”.
A vencedora foi a Root Glass Company, de Terre Haute, na Indiana. Seu dono se inspirou na ilustração de uma fava de cacau achada em uma enciclopédia.

Esse foi o design vencedor, só que ele se mostrou pouco prático na linha de montagem, porque a garrafa era “gorducha” demais e vivia rolando da esteira na linha de montagem.
Em 1916, ela passou por uma “dieta”, “emagreceu”, e se tornou a garrafa padrão da Coca-Cola quatro anos depois.

A conquista do mundo
Depois que a Primeira Guerra Mundial acabou, Candler vendeu a empresa para um grupo de investidores. Em 1919, eles abriram fábricas em muitos países, como Espanha, Bélgica, Itália, Peru etc. Um ano depois, a Coca-Cola enviava seu xarope para mais de 1000 engarrafadoras espalhadas pelo mundo.

No final dos anos 1930, o produto fazia sucesso nos Estados Unidos, porém foi com o início da Segunda Guerra Mundial que a marca ganhou o mundo.
Por causa da Segunda Guerra, o açúcar foi racionado nos EUA, porém as autoridades decretaram que as fábricas de Coca-Cola não sofreriam nenhum corte, pois o refrigerante se incluía entre os produtos vitais da guerra.
A bebida era enviada aos soldados dos Estados Unidos que combatiam na Europa, sob a alegação de fazê-los sentirem-se mais próximos de casa. O exército considerava a entrega de Coca-Cola tão importante quanto a assistência de manutenção de aviões e carros de combate. A empresa então enviou fábricas móveis para as frentes de batalha, permitindo que qualquer soldado comprasse uma garrafa de Coca-Cola por 5 centavos de dólar.

Embora o custo de produção fosse maior, a empresa arcou com as despesas e manteve o mesmo preço que era praticado nos Estados Unidos durante toda a guerra. Isso fez da Coca-Cola um símbolo de patriotismo, contribuindo muito para a popularidade da marca.
Acredita-se que, durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados americanos consumiram 5 bilhões de garrafas de Coca-Cola
Com o término da guerra, as fábricas continuaram nos locais, e a população civil tomou lugar como cliente, substituindo os militares. A partir daí, a Coca-Cola foi lançada sucessivamente em quase todos os países do mundo. Inclusive no Brasil!
No Brasil
Com a instalação de uma base norte-americana em Natal, RGN, durante a guerra, a bebida chegou ao Brasil. O primeiro slogan da marca foi “Coca-Cola borbulhante, refrescante, 10 tostões!”.

Quatro curiosidades:
- Natal foi a primeira cidade do Brasil a ter Coca-Cola, jeans e óculos ray-ban.
- Em 1955, a Coca-Cola estava com problemas para mandar o refrigerante em garrafas de vidro para as tropas americanas que serviam na Ásia. Decidiu enviar a bebida em latinhas. A novidade deu tão certo que, cinco anos depois, ela começou a ser oferecida no mercado dos Estados Unidos. As latinhas foram lançadas no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1981.
- As folhas-de-flandres passaram a ser substituídas pelas de alumínio nos Estados Unidos em 1963, e no Brasil, em 1989.
- A cada 10 segundos, 126 mil pessoas tomam algum produto da Coca-Cola.
Fontes:
damatacafe.com.br
maniadehistoria.wordpress.com
operamundi.com.br
bbc.com
segundaguerra.org


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