Mogli, o menino lobo, existiu!

Quando Walt Disney produziu “Mogli, o menino lobo”, ele não imaginava que aquela fosse uma história real

“Mogli, o menino lobo”, lançado em 1967, foi o último filme que Walt Disney, falecido em 1966, supervisionou

Depois do enorme sucesso de “A Espada era a Lei”, aquele desenho sobre o rei Arthur e o Mago Merlin, e que apresentou ao mundo a bruxa Madame Min, Walt Disney estava em busca de outra história que tivesse o mesmo apelo.

O roteirista do desenho anterior sugeriu então uma adaptação de O Livro da Selva, de Rudyard Kipling. Walt aprovou, foi escrita uma primeira versão, bastante próxima do clima original da obra, mas que Disney reprovou, por considerar sombrio demais para um filme destinado à família. Outros roteiros foram preparados até que se chegasse ao tom que Disney queria. O filme foi lançado em 1967 e faz sucesso até hoje.

Em 2016, foi feita uma versão com atores humanos e animais digitalizados que repetiu o sucesso da animação original.

Mogli, o personagem principal, é um menino que foi criado por lobos no livro escrito por Rudyard Kipling, considerado um dos maiores autores de língua inglesa. Ele nasceu na Índia, foi enviado para estudar na Inglaterra ainda criança, e retornou à Índia com 16 anos, onde trabalhou como repórter e redator e escreveu muitos de seus contos.

Rudyard Kipling publicou O Livro da Selva em 1894, obra que o imortalizou.

Esse clássico da literatura foi inspirado na história real de um menino conhecido como “lobo indiano”, chamado Dina Sanichar. Ele foi o garoto selvagem que teria inspirado Kipling na criação dos contos que mais tarde foram todos compilados no livro.

Dina Sanichar

Dina viveu durante o século 19 e sua história ficou conhecida depois que um grupo de caçadores o encontraram seguindo um bando de lobos, como se fizesse parte daquela matilha, em uma floresta localizada no estado de Uttar Pradesh, na Índia, em 1872.

Espantados com o que viram, o grupo de caça decidiu resgatá-lo. Para isso, eles o seguiram até uma toca em que a matilha descansava e decidiram atear fogo lá dentro, fazendo com que os lobos e o garoto saíssem correndo. Com essa armadilha, conseguiram matar os lobos e capturar a criança.

O menino selvagem foi levado então para um orfanato, onde foi batizado e recebeu o nome de Dina Sanichar. O sociólogo francês Lucien Maison, em seu ensaio Les Enfant Sauvages (1964) relatou que o garoto, por ter sido criado por lobos em meio a um ambiente selvagem, teria adquirido hábitos peculiares.

Por isso, sua adaptação no mundo civilizado foi muito demorada e incompleta. “Ele adquiriu o hábito de roer ossos para afiar os dentes e rejeitou as tentativas iniciais de se vestir. A única coisa que aprendeu durante os 20 anos em companhia humana foi ficar ereto, vestir-se com dificuldade e comer no prato e no copo”, afirmou Maison em seu estudo.

Sanichar se comunicava através de rosnados e grunhidos, exatamente como um lobo, e só fazia sons de animais. As pessoas do orfanato tentaram trabalhar com o menino e aos poucos ele começou a se adaptar, mas nunca aprendeu a falar, e consequentemente, também nunca aprendeu a ler ou escrever

Apesar dos esforços por duas décadas, o plano de imposição social sobre o garoto não o levou a adquirir nenhum comportamento humano, exceto o vício de fumar tabaco, que Sanichar praticou até o fim da sua vida, quando morreu de tuberculose em 1895, aos 30 anos.

Dina Sanichar, depois de anos de reabilitação e convívio com seres humanos, era capaz de andar ereto e se vestir.

Fontes:

Walt Disney Co.

Wikipedia

Aventuras na História, Giovanna de Matteo

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