
A era vitoriana começou em 1837, quando a rainha Victoria ascendeu ao trono britânico, e durou até 1901, quando morreu. Assim como em qualquer outro período da história da humanidade, esse período ficou marcado por dezenas de invenções estranhas, porém curiosas, criadas para ajudar as pessoas na época. Separamos algumas dessas invenções. Você irá se surpreender ao conhecer cada uma delas e descobrir para que elas serviam.
Veja a seguir:
Caixas-balanço para banhos de ondas
Muitos vitorianos acreditavam no uso de água para tratar lesões, curar doenças e melhorar o seu bem-estar de uma maneira geral. Isso muitas vezes os motivavam a viajar para córregos e rios, para que pudessem tomar banhos especiais na água corrente. Esses rios e riachos eram muitas vezes localizados longe das cidades, o que significava que a maioria das pessoas deixavam suas casas durante vários meses para irem até o local se banhar. Então alguns empreendedores inventaram as caixas-balanço, para que as pessoas pudessem tomar banhos de ondas sem precisar viajar para longe de casa. Caixas-balanço se pareciam com banheiras comuns, exceto pelo fato de serem curvas, para permitir que os usuários se balançassem durante o banho e simular o movimento de correntes de água dos rios.
Xícaras-Bigode, para cavalheiros bigodudos
Um bigode bem cuidado era o orgulho de um cavalheiro vitoriano. Os homens na época até mesmo colocavam cera no bigode, para que ficassem com a aparência suave e ao mesmo tempo resistente. Isso, no entanto, trazia alguns problemas, pois a cera derretia sempre que algum bigodudo bebia chá ou café. Isto levou à invenção da “xícara-bigode”, com a aparência bizarra que se vê na imagem acima.
Elas eram como uma xícara de café comum, exceto pelo fato de haver um apoio semicircular que protegia o bigode dos cavalheiros. Depois do invento, surgiram também as colheres-bigode, que também se pareciam com as colheres normais, mas que tinham uma guarda levantada na ponta para proteger o bigode. Xícaras e colheres-bigode começaram a sumir do mercado somente após a Segunda Guerra Mundial, época em que os homens começaram a… raspar os bigodes.
Motor Scouts
As Motor Scouts foram inventadas pelo britânico Frederick Richard Simms entre 1888 e 1889. É um dos primeiros veículos armados do mundo, equipado com uma metralhadora. O problema é que a única proteção do veículo ficava na frente da metralhadora, então os soldados tinham que torcer para encontrar os inimigos de frente, porque se alguém chegasse de repente pelos lados… bye, bye!
A invenção acabou não sendo usada na guerra; afinal, quem teria coragem de subir uma montanha ou enfrentar os terrenos acidentados de campos de batalha pedalando um quadriciclo pesado destes e ainda correndo risco de vida? Melhor ir à pé mesmo! Problemas à parte, a invenção acabou inspirando a criação dos primeiros carros de guerra blindados.
Escovas de cabelo rotativas automáticas
Escovas de cabelo rotativas eram basicamente escovas de cabelo equipadas com motores. Foram inventadas porque se acreditava na época que o uso de uma máquina automática para escovar o cabelo era um sinal de progresso. As escovas de cabelo eram ligadas a um sistema de rodas e polias e alimentadas por turbinas hidráulicas, motores a vapor, ou motores a gás, mas as versões iniciais eram movidos por pessoas, mesmo, como o senhor na imagem acima.
As máquinas foram utilizadas principalmente para escovar a cabeça, embora sua patente indicasse que também poderiam ser usadas para escovar o corpo (durante o banho) e até mesmo para escovar roupas. A escova rotativa foi inventado por Edwin Gillard Camp, que alugava suas máquinas para cabeleireiros progressistas.
Linhas de trem Atmosféricas ou Pneumáticas
Os trens de hoje funcionam com eletricidade ou com diesel. No passado, eles funcionavam a vapor e carvão. Na Inglaterra vitoriana, eles eram movidos a ar…
Havia dois tipos de trens movidos a ar: os atmosféricos, que ficavam por cima da terra, e os trens pneumáticos, que se moviam no subsolo. A primeira estação de trem atmosférica do mundo foi inaugurada na Irlanda em 1844 e logo em seguida na Inglaterra.
Os trens atmosféricos dependiam de várias “estações de bombeamento”, encontradas a cada 3 km de distância ao longo dos trilhos, para bombear o ar necessário para a locomoção do trem. O sistema ferroviário acabou sendo encerrado devido ao seu alto custo de manutenção e também pelo fato de que os ratos muitas vezes comiam os revestimentos de couro usados para selar os dutos de ar.
Os trens pneumáticos, por outro lado, foram inventados na Inglaterra após o serviço postal londrino ter solicitado um meio mais rápido de transporte para o governo. A London Pneumatic Dispatch Railway (LPDR), ou “Ferrovia Londrina de Despacho Pneumático”, foi então criada e se tornou a primeira ferrovia pneumática do mundo. Além de encomendas, a ferrovia também era usada para transportar pessoas. Assim como as ferrovias atmosféricas, porém, as ferrovias pneumáticas também tinham um custo de manutenção muito alto, e pior ainda, só podiam realizar as manutenções por um curto período de tempo (nove minutos no máximo), por causa da falta de ar dentro dos dutos.
Cintos de cólera
A era vitoriana foi marcada por epidemias, principalmente a febre tifoide e a cólera, pois a higiene pessoal era precária na época. Os esgotos eram despejados sem tratamento diretamente nos rios, onde as pessoas iam buscar água para beber e cozinhar. Além disso, as pessoas defecavam em valas abertas. Sabemos hoje que a cólera é causada por alimentos contaminados, mas os vitorianos não sabiam. Muitos acreditavam que era causada pelo mau cheiro ou pelo contato. Os médicos também não sabiam como tratar adequadamente alguém infectado com a doença.
Mas as pessoas cismaram que a doença era resultado do estômago congelado. Foi por isso que criaram algo que, de acordo com o que se imaginava, seria a solução: os “cintos de cólera”, que serviriam para proteger as pessoas. Eram feitos de lã ou de flanela e aqueciam o corpo das pessoas mais frágeis.
Na realidade, os cintos não ajudavam em nada, mas foram amplamente usados na época, e até mesmo no serviço militar, onde oficiais médicos do exército britânico os usavam para “tratar” soldados com cólera. Os militares acreditavam tanto nos cintos inúteis que mantinham um sempre à mão para o caso de surtos.
Eletrofones
Os eletrofones faziam parte do serviço de comunicação de Londres, permitindo que as pessoas escutassem notícias, espetáculos de teatro e até mesmo missas de igrejas diretamente pelos fones sem sair de casa. O primeiro desses dispositivos foi o “Theatrophone,” inventado na França por Clement Ader em 1881. Para usá-lo, tudo o que o usuário precisava fazer era chamar a telefonista e pedir para ser conectado ao teatro ou à igreja.
Os usuários também podiam falar com a central do eletrofone, que funcionava através de linhas telefônicas, para solicitar uma música específica. O serviço era oferecido por assinatura, custava 5 libras por ano e fez muito sucesso, as pessoas iam até locais específicos para usar o serviço e algumas até promoviam festas com os fones
As transmissões via eletrofone terminaram em 1925, após a invenção do rádio e suas transmissões gratuitas.
Tinta para as veias
Na era vitoriana, acreditava-se que os aristocratas, as pessoas mais importantes da sociedade, tinham sangue azul. Querendo comprovar suas origens nobres, várias mulheres usavam o azul da Prússia para pintar em seus braços as veias, nas quais correria sangue azul…
Fonte:
rockntech.com.br: Simon Ferreira
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