Nanotecnologia teria sido descoberta na Roma Antiga

 

A nanotecnologia é muito mais antiga do que se pensava. Evidências recentes sugerem que os artesãos romanos criaram o Cálice de Licurgo com ajuda da nanotecnologia há 1600 anos!

O cálice retrata a história do rei Licurgo, que está preso em um emaranhado de videiras como um castigo pela traição cometida contra Dionísio. O objeto romano é conhecido por ser iluminado pela frente, com uma cor verde. Mas parece vermelho quando iluminado por trás.

O segredo por trás dessa mágica está na nanotecnologia*. Uma análise de pequenos fragmentos quebrados do vidro do cálice revelaram partículas de prata e de ouro tão pequenas que seria preciso mil delas para alcançar o diâmetro de um grão de sal refinado.

Os pesquisadores especulam que os romanos moíam as partículas de metal até que mil delas correspondessem ao tamanho de um único grão de areia. Em seguida, essas partículas de ouro e prata eram misturadas com o vidro. Cada pedaço tinha 50 nanômetros de diâmetro. Isso faz dos antigos romanos os pioneiros da nanotecnologia.

A mudança de cor acontece quando a luz bate no vidro. Isso faz os elétrons dos metais ali contidos vibrarem de tal forma que alteram a cor dependendo da posição do observador. Os pesquisadores também suspeitaram que, quando a taça estava cheia de líquido, isso também alteraria a interação dos elétrons e a cor do vidro.

Como não era possível encher o cálice de líquido, os pesquisadores fizeram pequenos furos em uma plataforma de plástico e espalharam nanopartículas de ouro e prata, assim como os antigos romanos haviam feito no vidro do cálice. Dependendo do líquido, cores diferentes apareciam. Verde claro para água e vermelho para óleo, por exemplo.

Esse protótipo que os cientistas fizeram mostrou-se 100 vezes mais sensível para variações no nível de sal nas soluções testadas do que os sensores comerciais atuais, que utilizam técnicas similares. Atualmente, alguns tipos de testes de gravidez são exemplos de usos de fenômenos de mudança de cor baseados em nanotecnologia.

No futuro, a tecnologia pode ser adaptada para a criação de dispositivos móveis capazes de detectar patógenos em amostras de saliva ou urina, ou ainda para impedir que terroristas entrem em aviões carregando líquidos perigosos, entre outras coisas.

O Cálice de Licurgo original, datado do século 4,  foi adquirido na década de 1950 pelo Museu Britânico, onde permanece em exposição.

 

*Nanotecnologia – 

Nanotecnologia é um termo usado para referir-se ao estudo de manipulação da matéria numa escala atômica e molecular, ou seja, é a ciência e tecnologia que foca nas propriedades especiais dos materiais de tamanho nanométrico. O principal objetivo  é criar novos materiais, novos produtos e processos a partir da capacidade de ver e manipular átomos e moléculas.

O nome foi citado pela primeira vez por Richard Feynman em dezembro de 1959 e definido pela Universidade Científica de Tóquio em 1974. Mas foi somente a partir do ano 2000 que a nanotecnologia começou a ser desenvolvida e testada em laboratórios.

A base do uso da nanotecnologia é o nanômetro, uma unidade de medida assim como o quilômetro, o metro e o centímetro. Ele equivale a um bilionésimo de metro, o que abre espaço para muitas possibilidades, mas também traz grandes desafios para se conseguir trabalhar em uma escala tão minúscula. A maior prova dessa dificuldade está no fato de que apenas laboratórios e indústrias que têm equipamentos de alta precisão conseguem lidar com essa tecnologia.

As possibilidades de aplicação

Com a nanotecnologia será possível, por exemplo, otimizar os efeitos de remédios, levando-os diretamente para onde são necessários dentro do corpo, o que diminuiria a toxidade das drogas, os efeitos colaterais e as dosagens. Também será possível fazer algo parecido em tratamentos como o do câncer, atacando apenas as células defeituosas.

Já existem alguns produtos que são resultado do uso da nanotecnologia. Dentre esses, merecem destaque os microprocessadores. Toda vez que os processadores evoluem, é necessário usar um novo processo de produção com uma escala menor, para poder fabricar as partes internas dele (que atualmente já são fabricados em 45 nanômetros) e assim diminuir seu tamanho e o consumo de eletricidade. É graças às pesquisas e ao desenvolvimento da nanotecnologia que hoje é possível termos equipamentos cada vez menores, e com maior poder computacional.

Imagem de um circuito integrado, ampliada 2400 vezes, cuja evolução se dá graças à nanotecnologia.

Além dos microprocessadores, a nanotecnologia já está presente em alguns tecidos com características especiais, em equipamentos médicos como cateteres, válvulas cardíacas, marca-passo, implantes ortopédicos, além de protetores solares, produtos para limpar materiais tóxicos, sistemas de filtração do ar e da água, vidro autolimpante, coberturas resistente a arranhões, curativos antimicrobianos, limpadores de piscinas, desinfetantes e muitas outras soluções.

O impacto da tecnologia

Além das dificuldades técnicas, o desenvolvimento da nanotecnologia esbarra em aspectos sociais e ambientais que levantam muitas discussões e questionamentos. Existe muito debate sobre as implicações futuras da nanotecnologia, pois os desafios são parecidos aos de desenvolvimentos de novas tecnologias. Dentre as discussões, estão as questões sobre a toxicidade e o impacto ambiental causado pelo uso dos nanomateriais e os potenciais efeitos disso na economia global.

Todas essas questões levantam a necessidade de uma regulação sobre nanotecnologia e outras burocracias. Por causa disso, o desenvolvimento dessa área pode demorar.

 

 

Com a colaboração de Clene Salles.

 

 

 

Fonte:

universocetico.blogspot.com.br

Smithsonian

tecmundo.com.br

 

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