Há pouco mais de 100 anos, em novembro de 1913, a primeira loja Mappin foi aberta em São Paulo. A rede de lojas de departamentos, trazida para o país por dois irmãos ingleses, Walter e Hebert Mappin, foi à falência em 1999, mas ainda hoje faz parte da memória de muitos brasileiros.
O primeiro Mappin Stores foi inaugurado na Rua 15 de Novembro, no centro de São Paulo. A unidade mais conhecida, porém, seria aberta em 1939 na Praça Ramos, também no centro.
A história do Mappin começou na Inglaterra, depois da Revolução Industrial, em 1774, quando as famílias de comerciantes Mappin e Webb inauguraram na cidade de Sheffield uma sofisticada loja de prataria e artigos finos. Posteriormente se mudaram para Londres, depois para Buenos Aires e, finalmente, São Paulo. Na ocasião, a cidade possuía apenas 320 mil habitantes, o transporte de massa eram os bondes da Light e a loja atendia a aristocracia cafeeira. No início, a loja seguiu como filial da britânica Mappin & Webb, e prosperou até contar com 11 departamentos e 40 funcionários.
Nessa época, somente a elite frequentava o estabelecimento, onde elegantes joias ornavam os balcões e as vitrines expunham louças (porcelanas Inglesas), faianças, delicados objetos decorados em Art Noveau, etc. Aliás, ela foi pioneira em exibir luxuosas vitrines (para ter uma ideia desse passado, pense nos shoppings de hoje) na cidade para atrair os consumidores.

Os departamentos eram divididos nos vários andares do prédio, interligados por elevadores. Cada andar vendia um tipo de produto, como roupas, móveis, eletrodomésticos e brinquedos.

As novidades não paravam de chegar na imensa loja de departamentos, moderna e arejada para os padrões de então.

O Mappin logo conquistou a preferência dos paulistanos e mudou-se em 1919 para um prédio enorme, na Praça do Patriarca.

Só que… Em 1929, a crise do café abalou a economia de São Paulo, atingindo a elite consumidora. Era hora de mudar a estratégia comercial, para popularizar mais a empresa. No início da década de 1930, a loja colocou etiquetas com preços nos produtos em suas vitrines. Para a época, foi uma atitude ousada, mas era uma estratégia para atingir consumidores da classe mais popular.
Em 1939, atravessaram o viaduto, e mudaram-se para a praça Ramos de Azevedo, num prédio alugado e pertencente à Irmandade da Santa Casa.

Adquirida anos mais tarde (entre 1947 e 1950) por um empresário e antigo comerciante de café do interior, Alberto Alves Filho, a empresa mudou sua razão social de Mappin Stores & Cia para Casa Anglo Brasileiro Ltda. Com esse empresário no comando, o Mappin passou a comercializar produtos nacionais, moveis, roupas, etc e assim conquistou uma clientela mais massificada, e já ligada a seu futuro de grande loja de departamentos.

A Casa Anglo Brasileira foi a loja precursora do crediário no comércio paulista (que então no máximo conhecia o fiado…) oferecendo aos clientes a possibilidade de fazer suas compras a prazo. Com forte apelo na mídia, especialmente a “Liquidação Anual no Mappin” e seu famoso jingle “Mappin, venha correndo, Mappin, chegou a hora Mappin, é a liquidação”, a empresa passou a ser comandada em 1982 por Cosette Alves, viúva de Alberto, e detentora do controle acionário.
Foram abertas filiais, o Mappin tornou-se uma rede com 12 lojas e foi então vendido ao empresário Ricardo Mansur, dono da Mesbla, em 1996. Megalomaníaco, quis fundir as duas redes e, mal gestor, acabou ficando sem capital e teve a falência do grupo decretada em 1999.
O Mappin marcou época na cidade de São Paulo, seja com seu salão de chá, que tornou-se ponto de encontro, seja com suas liquidações.






O famoso jingle em um spot de rádio de 1978:
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