Ilha abandonada no Japão atrai turistas

A paisagem lembra uma cidade que acaba de sair de uma guerra ou um cenário de filme de terror: prédios cinzentos com janelas quebradas, vielas tomadas por entulhos e escadarias que levam para escuros corredores, onde o silêncio é absoluto.

Os antigos moradores se foram e, hoje, o local é uma ilha fantasma turística situada no sul do Japão, a cerca de 15 quilômetros da cidade de Nagasaki.

O aspecto desolado desse pedaço de terra, porém, não tem nada a ver com a bomba atômica que os Estados Unidos jogaram nas redondezas em 1945.

Em 1890, durante a industrialização do Japão, a Mitsubishi comprou a ilha de Hashima e começou o projeto de extração de carvão em minas submarítimas. No local foi construído o primeiro edifício de concreto de largas proporções do Japão, um bloco de apartamentos concluído em 1916 para acomodar a cada vez mais crescente massa de trabalhadores.

A população da ilha alcançou seu ápice em 1959, com 5.259 habitantes, uma densidade populacional de 835 pessoas por hectare em toda a extensão. Com a substituição do carvão por petróleo durante a década de 1960, as minas de extração do mineral começaram a ser fechadas por todo o país, e as de Hashima não foram exceção. A Mitsubishi anunciou oficialmente o encerramento de suas atividades na ilha em 1974, e o local foi totalmente evacuado, passando a ser conhecido como “Ilha Fantasma”.

Com o tempo, a ilha começou a ser chamada de Gunkanjima (a Ilha do Navio de Guerra): vista de longe, marcada pelos edifícios que foram construídos em seu solo e cercada pelo oceano Pacífico, o local realmente lembra uma embarcação bélica.

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Nos anos 2000, com suas construções deterioradas e abandonadas por três décadas, Gunkanjima começou a ser visitada por turistas que passeavam pelos lindos cenários litorâneos dessa região. Seu aspecto fantasmagórico é um interessante contraponto às paisagens ensolaradas da área.

Os turistas, porém, que quase sempre estão acompanhados por guias nas incursões à ilha, não podem andar livremente pelo local. Os tours costumam ter caminhos demarcados, passando apenas por lugares considerados seguros para os visitantes, visto que muitas das edificações da área estão com risco de desabamento.

No percurso, é possível ver os grandes prédios residenciais da ilha, um antigo hospital e resquícios da antiga mina de carvão. Diz a história que, na época da Segunda Guerra Mundial, chineses e coreanos foram submetidos a brutais trabalhos forçados no local pelo governo japonês.

Não foi à toa que Gunkanjima foi escolhida com cenário para o quartel-general do vilão Raoul Silva (interpretado por Javier Bardem) no filme “007 – Operação Skyfall”, lançado em 2012.

E muita gente achou que eram construções cenográficas…

 

 

 

 

 

 


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