“Trocando de biquíni sem parar”? Não, é “tocando B.B. King sem parar”.
Você já cantou assim também, não é? Eh eh eh…
Li uma matéria uma vez que falava sobre esse assunto, a gente usar de “embromation” quando não entende a letra de uma música. Fiz muito isso.
Tem aquela do Djavan, lembra? A que tem a frase “amar é um deserto em seus temores”, que a gente repete “amarelo deserto”, sem perceber que estava se afogando no Oceano!
No começo, eu achava meio sem sentido a Whisky a Go-Go do Roupa Nova… Na hora do refrão, mandava ver “Eu perguntava e o holandês?”. Só muito depois entendi que era “Eu perguntava ‘do you wanna dance?’”. Quanto mico eu paguei…
Tanto quanto eu cantando “I get high” (fico doidão) em I Wanna Hold Your Hand dos Beatles, em vez de “I can’t hide” (não consigo esconder). E olha que sou beatlemaníaco desde sempre! Eu achava que a letra falava de maconha, vê se pode? Às vezes derrapo e solto um “I get high” sem querer.
E tem muito mais. Eu e vários amigos do colégio ouvíamos o Jimi Hendrix pedindo licença para beijar um rapaz em Purple Haze. No trecho em que ele canta “Excuse me while I kiss the sky” (com licença, enquanto beijo o céu), a gente entendia “Excuse me while I kiss this guy” (com licença, enquanto eu beijo esse cara).
E a música-tema do filme Ghostbusters (“Os Caça-Fantasmas”), de Ray Parker Jr? Lembra do refrão? Sempre achei que ele chamava “Those bastards!” (aqueles bastardos), ah ah ah!
Tem algumas que nunca cantei errado, mas ouvi muita gente fazendo isso. Exemplos? A do Belchior, que ficou famosa com a Elis Regina, Como Nossos Pais, no trecho “Pois você que ama o passado e que não vê”. Já ouvi pessoas berrando “E você que é mal passado e que não vê”…
Ou a do Roberto Carlos, Um Milhão de Amigos, quando ele diz que quer um coro de passarinhos, muita gente dizia “eu quero o couro dos passarinhos”.
E o Tim Maia não podia faltar.
Estava fazendo curso de inglês na União Cultural Brasil-Estados Unidos, terminando o colegial, e ouvi aquele som diferente, um blues cantado em português por um cara com um vozeirão tremendo. Não deu outra, a rodinha feita no intervalo das aulas, o amigo dedilhando a melodia de Azul da Cor do Mar no violão, e eu mandei: “Maaas… quem sofre sempre tem que procurar… pelo menos VIAJAR razão para viveeer…”. Levei séculos para entender que ele dizia “… pelo menos VIR ACHAR razão para viver”.
E, para finalizar, ia me esquecendo da melhor de todas, um clássico, e que acho que todo brasileiro que a escutou uma vez canta assim:
QUANTA LAMERA, ARRIBA, QUANTA LAMERA! QUANTA LAMEEEEEEERA, ARRIBA QUANTA LAMEEEEEERA!!!
Se você nunca ouviu, veja se eu não tenho razão:
Deixe um comentário