Considerado por inúmeros críticos como o primeiro disco da fase mais sofisticada dos Beatles – e, para mim, o mais importante, pelo que representou na minha formação – “Rubber Soul” faz parte da lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.
A foto da capa do álbum, que na época (1965) fugiu de todos os padrões então vigentes, foi fruto de um acidente. Paul McCartney conta no Anthology que, após a sessão de fotos no jardim da casa de John Lennon, o fotógrafo Robert Freeman usava uma cartolina para projetar as imagens fotografadas, deixando-as no tamanho da capa do disco (que nem tinha título ainda). Em determinado momento, a cartolina escorregou e uma das imagens apareceu distorcida, levando os Beatles à loucura com o efeito. Imediatamente eles escolheram aquela imagem e pediram que fosse reproduzido o mesmo efeito distorcido.


Nesse momento também tiveram a ideia do título do disco: “Rubber Soul” (Alma de Borracha), um trocadilho com “rubber sole” (sola de borracha), além de uma referência à Soul Music. O logotipo com o título do disco foi produzido pelo artista Charles Front.
Charles Front era um designer gráfico de Londres que foi procurado por Robert Freeman, que lhe pediu que projetasse as letras para a capa do próximo álbum dos Beatles. Ele levou a foto escolhida, falou da distorção que eles queriam e Front sentiu que o título “Rubber Soul” lhe passava a imagem de algo viscoso, como látex, que vinha sendo puxado para baixo pela força da gravidade – espelhando a distorção da foto.
Front apresentou seu projeto a Brian Epstein, as letras desenhadas em guache marrom e montadas sobre um esboço da capa, que prontamente o aprovou junto com os quatro membros do grupo.


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