O filme abaixo era apresentado nos cinemas antes do filme principal, e ao mesmo tempo em que os cinejornais semanais (na época não existiam telejornais, a televisão ainda estava sendo inventada). A data é provavelmente 1927, pois foi em maio daquele ano que a Califórnia inaugurou seu serviço de telefonia discado.
Para quem não sabe, as coisas eram um pouco mais difíceis antigamente. Se você ficasse doente com gripe e não pudesse sair de casa, não pagava contas; hoje você faz tudo pela internet e só vai ao banco se quiser – ou em casos excepcionais. A gente vivia sem celular, sem computador, quase sem comunicação. E então, as pessoas se falavam pelo telefone – aquelas poucas que tinham telefone em casa – chamando as telefonistas (bastava tirar o telefone do gancho e uma delas atendia depois de algum tempo):
— Telefonista, eu queria uma ligação para o Zé, o número é 31-1975…
— Pois não. Assim que eu completar a ligação, eu retorno para o senhor.
E ficávamos lá, ao lado do aparelho, esperando a telefonista dar o retorno. Às vezes, esse retorno era muito demorado, especialmente se a ligação fosse interurbana. Dava tempo de você ler o jornal, jantar e escovar os dentes antes que ela chamasse de volta.
Era assim que as coisas funcionavam.
Mas… Como acontece sempre, a tecnologia evoluiu e um dia, na Califórnia, Estados Unidos, a empresa Bell inaugurou essa tecnologia avançadíssima que dispensava o uso das telefonistas. A empresa informava também que estaria entregando as novas listas telefônicas dos assinantes do serviço, com os novos números de telefone (lá chamadas de Blue Book, Livro Azul, e aqui mais tarde chamado de Páginas Amarelas).
Era uma supermega tecnologia, um avanço gigantesco para a época! Mas as pessoas tinham que aprender a usar essa inovação, o telefone com disco, e então milhares de folhetos foram distribuídos, ensinando como fazer:
Como a vida era diferente, não?
Deixe um comentário