Uma vez eu estava no cinema e ouvi alguém pigarrear, e outro alguém nervosinho: “Por que não vai ao médico?”
Sabia que tem como evitar esse constrangimento?
Nossas cordas vocais precisam ser tão bem cuidadas quanto as outras “peças” do organismo. E não apenas por aqueles que usam a voz como seu instrumento de trabalho, como os cantores, apresentadores de TV, artistas, professores, locutores, mas também por todos nós que precisamos dessa preciosa ferramenta de comunicação. Depois que a situação fica complicada, existem os especialistas que podem dar orientações sobre o que fazer para cuidar da voz – ou do que restou dela – , mas, como em tantas outras situações, a prevenção ainda pode ser o melhor remédio.
Há uma variedade enorme de “dicas” para preservar a voz que são disseminadas mas que, segundo os fonoaudiólogos, são fora de propósito. Por exemplo, para quem fica muito tempo em ambientes com ar-condicionado, colocar um balde com água no canto da sala. Nada a ver. O ar-condicionado prejudica a voz por retirar a umidade do ambiente, ressecando a pele como um todo – e não apenas a laringe.
Quando eu trabalhei num escritório com ar-condicionado central, vivia pigarreando. Isso faz com que as cordas vocais entrem em atrito. A orientação dos especialistas para repor a secura é beber 2 litros de água todos os dias, coisa de 8 a 10 copos daqueles de papel. Nada complicado e ajuda demais. Outra dica legal é comer uma maçã.
Fumar é outro agressor. A nicotina engrossa as cordas vocais, produzindo rouquidão e engrossando a voz. Sem falar que o fumo é uma das principais causas do câncer de laringe…
Outra dica não eficaz, e quem vem dos tempos dos avós, é o gargarejo com limão e vinagre. Se usados por muito tempo e com frequência, esse gargarejo destrói a mucosa. O único gargarejo indicado é o sal diluído na água.
As bebidas alcoólicas anestesiam. E, por causa disso, você perde a sensibilidade e começa a falar alto, a gritar. E falar alto demais – ou gritar em estádios de futebol ou em shows – pode causar os famosos calos nas cordas vocais.
Tomei emprestado um infográfico de duas especialistas que ajudam a entender melhor o caminho pelo qual a voz é produzida e, de forma bem clara, mostra o que ajuda e o que prejudica a nossa voz.
Já comecei a aplicar esses ensinamentos, e agora posso cantar “Con té Partiró” com minha voz de tenor sem receio… Rarara!
Fontes:
centrinho.usp.br/
FSP/Agora
g1.globo.com/bemestar/