Ancestral “Little Foot” viveu há 3,7 milhões de anos

Será que o ancestral do homem era um hobbit?

the-hobbit-movie-48-fpsAntes de continuar, vou esclarecer o que é um “hobbit”, para quem não sabe ou nunca ouviu falar: um hobbit é uma das criaturas criadas por J. R. R. Tolkien em suas obras, onde têm um papel principal, apesar de serem um povo secundário entre os que habitam a Terra Média.  Tolkien, por sua vez, foi um professor universitário britânico e escritor que se tornou mundialmente famoso quando escreveu “O Senhor dos Anéis”, obra que, ao ser adaptada para o cinema em uma trilogia, conseguiu uma das maiores bilheterias de todos os tempos.

Fechado os parênteses, o que tem a ver um hobbit com o ancestral do homem mencionado no título do post? É que um hobbit não passa de um metro de altura.

E, segundo uma reportagem que eu li, de Débora Nogueira, um exame cronológico dos bem preservados fósseis do australopiteco mais completo já descoberto, o sul-africano “Little Foot”, determinou que ele viveu há 3,7 milhões de anos. Até então, o fóssil etíope chamado de “Lucy” era o ancestral mais antigo já descoberto, com aproximadamente 3,2 milhões de anos. “Little Foot” (pequeno pé, em tradução livre) tinha aproximadamente um metro de altura e pés pequenos, e foi encontrado nos anos 90. Seria um hobbit?

A descoberta foi publicada na revista científica Nature, deste mês de abril. A comunidade científica, porém, questiona se ele é realmente parte de uma outra espécie, como alegam seus descobridores, ou apenas um fóssil muito bem preservado do Australopithecus africanus, o australopiteco que viveu na África do Sul entre três e dois milhões de anos atrás. Uma análise anatômica detalhada do ‘Little Foot’ deve tirar a prova, mas teremos de esperar pelo menos um ano até termos certeza.

A descoberta do “Little Foot”

O professor Ron Clarke, da Wits University da África do Sul, segura a caveira do "Little Foot", em foto sem data definida.
O professor Ron Clarke, da Wits University da África do Sul, segura a caveira do “Little Foot”, em foto sem data definida.

Ágil no chão e nas árvores, o “Little Foot” sofreu uma queda mortal de cerca de 20 metros de altura e foi encontrado no fundo de uma gruta em Sterkfontein, próximo a Johanesburgo. A região é repleta de grutas e fósseis proto-humanos – pelo menos mil já foram desenterrados – e foi inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco como “Berço da Humanidade”.

O australopiteco permaneceu nesse lugar por cerca de três milhões de anos, conservado por uma camada de mineral calcário, imobilizado em sua pose mortuária com um longo polegar ainda dobrado dentro do punho fechado.

Até que, em 1994, o paleontólogo sul-africano Ron Clarke descobriu quatro ossinhos do pé esquerdo, em uma caixa cheia de ossos de animais pré-históricos, que haviam sido desenterrados por mineiros nos escombros. De imediato, o cientista reconheceu o pé de um hominídeo.

Ao término de 13 anos de escavações minuciosas, feitas “com broca de dentista”, consegue-se liberar a totalidade do fóssil de seu sarcófago rochoso. Crânio, dentes com esmalte e ossos da mão: trata-se de um esqueleto “único, quase completo e perfeitamente preservado”.

 

 

 

 

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