São Paulo viveu, há dois anos, um dos períodos mais quentes e mais secos de sua história. Efeitos do aquecimento global? Sim, que tende a aumentar a frequência do El Niño, além do desmatamento, da ocupação descontrolada das áreas de mananciais, da poluição da bacia hídrica, da falta de planejamento dos governos, etc etc.
O aquecimento global é uma das causas inegáveis. As temperaturas globais estão aumentando, com as concentrações de gases de efeito estufa atingindo picos históricos e o gelo do Ártico derretendo aceleradamente. Segundo dados recentes divulgados pelo Centro de Dados da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em 2013 a Austrália viveu seu ano mais quente da História, enquanto a Argentina teve seu segundo ano mais quente e a Nova Zelândia, o terceiro. As temperaturas da superfície do mar também subiram, e o Ártico teve seu sétimo ano mais quente desde que começaram os registros, no início dos anos 1900.
A cobertura de gelo no Ártico foi a sexta menor desde que as observações de satélite começaram, em 1979. O metano, o dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa produzidos na queima de combustíveis fósseis continuaram a crescer, alcançando altas históricas.
Estamos matando o planeta, e o calor excessivo – aliado à seca – é apenas o sinal mais palpável. Existem lugares no planeta onde as temperaturas passam facilmente dos 50° C, com a sensação térmica chegando a picos de 60°C ou mais – locais que já eram quentes antes e que agora vêm a temperatura aumentando.
Conheça abaixo quatro deles (as temperaturas ao lado dos nomes indica a média anual histórica…)
VALE DA MORTE, EUA – 54,7°C. O Vale da Morte é o local mais seco nos Estados Unidos. E também o mais quente. Em 10 de julho de 1913, a estação meteorológica de Furnace Creek registrou uma temperatura de 56,7°C, a mais alta já medida oficialmente no mundo, segundo a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), que reconheceu o recorde em setembro de 2014. Furnace Creek era o centro das operações de mineração da Pacific Coast Borax Company, que transportava o minério com mulas pelo deserto do Mojave.
EL AZIZIA, LÍBIA – 56,1°C. A cidade cercada por dunas de areia teria registrado a temperatura recorde de 58°C em 13 de setembro de 1922, mas as medições não foram aceitas pois alegou-se que o termômetro estava defeituoso. O vento quente colabora para a sensação térmica ainda mais alta. Apesar disso, a população local mantém pequenos rebanhos e consegue criar colheitas adaptadas a pequenas quantidades de água.
TIMBUKTU, MALI – 54,5°C. Mais conhecida como a “cidade no meio do nada”, Timbuktu está situada na área mais ao sul do deserto do Saara. A cidade é cercada por dunas de areia, que se espalham também pelas ruas. Nos meses de inverno, as temperaturas ficam na casa dos 33°C. A população, que hoje está acima de 40 mil habitantes, enfrenta as ondas de calor com roupas cujos tecidos ajudam a manter a temperatura normal do corpo.
WADI HALFA, SUDÃO – 52,8°C. Wadi significa “vale” em árabe, e esse vale seco está localizado na fronteira entre o Sudão e o Egito. Em abril de 1967, a cidade de 15 mil habitantes registrou temperatura de 55°C. Enquanto o clima no norte do Sudão é geralmente seco, em algumas épocas um ar úmido vindo do sul atinge a fronteira e causa violentas tempestades de areia, conhecidas como “haboob”. O choque entre a umidade que vem do mar e o ar quente produz uma parede amarela de areia e poeira que reduz a visibilidade a zero.
E a gente aqui reclamando do calor…

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