Stop-motion é uma técnica muito usada no cinema e há algumas décadas faz parte da rotina criativa de diversas pessoas ao redor do mundo.
Stop Motion (que poderia ser traduzido como “movimento parado”) é uma técnica que utiliza a disposição sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto inanimado para simular o seu movimento. Estas fotografias são chamadas de quadros e normalmente são tiradas de um mesmo ponto, com o objeto sofrendo uma leve mudança de lugar, porque afinal é isso que dá a ideia de movimento.
A história do Stop Motion remonta aos primórdios do cinema. O mágico e ilusionista francês George Mélies viu nesta arte uma ótima possibilidade para dar sequência aos seus truques misteriosos que encantavam a todos. A partir da técnica do Stop Motion ele alcançou o ápice de sua carreira cinematográfica com o filme Viagem à Lua, de 1902. No curta, a chegada na Lua de um foguete com tripulação humana é criada a partir desta técnica.
No exemplo abaixo, você pode ver a arte de Meliés usado essa técnica, nos idos de 1898!
Pois bem, a mesma técnica foi utilizada por alguns fãs do desenho “Jonny Quest” que reproduziram a famosa abertura da série – e que pretendiam reproduzir ainda um dos episódios do mesmo jeito. Infelizmente, o projeto foi abortado porque não conseguiram financiamento e a coisa toda ficou mesmo apenas na sequência da abertura.
Para quem não sabe, ou não se lembra do que se trata, “Jonny Quest” era uma produção da Hanna-Barbera que foi ar ar pela primeira vez na TV americana, pelo canal CBS, em 18 de setembro de 1964. O desenho mostrava as aventuras de um garoto tipicamente americano, loiro, chamado Jonny Quest, juntamente com seu pai, o cientista Dr. Benton Quest, seu assistente e guarda-costas Roger “Race” Bannon e um garoto hindu chamado Hadji, além do sempre engraçado Bandit, o mascote da turma. O Dr. Benton Quest era convocado para missões perigosas a serviço do governo, sempre envolvendo ciência e mistério, além de espionagem. Roger, o guarda-costas, era uma espécie de babá dos meninos, sempre salvando-os de enrascadas. Bandit, o cãozinho do grupo, era por natureza, curioso e muito assustado, sendo muitas vezes vítima de monstros e animais das selvas.
O desenho se tornou um grande clássico com o passar dos anos e, em 1987, ganhou uma nova versão com 13 episódios, que não tinham o charme do clássico de 1964. Em 1996 e 1997 foram gravados novos episódios com um Jonny Quest mais adulto, porém perdeu-se totalmente a personalidade e o estilo da série original, além da mudança do traço dos personagens.
Apesar do sucesso instantâneo, HB produziu apenas uma temporada da série porque cada episódio era caríssimo de se fazer – afinal, os roteiros eram complexos e a animação era muito realista. Sem mencionar que cada episódio durava cerca de 20 minutos e levava uma eternidade para ficar pronto, atrapalhando, por assim dizer, a produção de outras séries que eram filmadas simultaneamente e sugando os recursos necessários a tantas produções menos complexas e mais rentáveis: Maguila, o Gorila; Formiga Atômica; Esquilo sem Grilo, Sinbad Jr. e outras.
“Jonny Quest” é reprisado de tempos em tempos, mantendo e ampliando sua base de fãs, e foi isso que inspirou Roger Evans a recriar a abertura da série famosa em stop-motion. Ficou um trabalho belíssimo e uma pena que ele não tenha concretizado sua ambição de recriar um episódio completo.
Veja a abertura original (em sua versão dublada) e, depois, a recriação do fã:
Um trabalho fantástico!
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