Publicado em Os Bastidores do Planeta
O cientista premiado David Suzuki alertou em uma palestra pública que, caso haja outro terremoto de magnitude sete ou mais, provocaria uma evacuação completa da América do Norte e a “despedida para o Japão”.
Vencedor de 16 grandes prêmios acadêmicos e uma série popular na CBC, intitulada “The Nature of Things”, Suzuki participou de um simpósio na Universidade de Alberta, CA, sobre estudos científicos da ecologia da água, mas ao invés de simplesmente discutir os ecossistemas marinhos ou de água doce, lançou um aviso muito sério sobre o futuro de Fukushima e suas consequências globais para todo o planeta.
Falando especificamente sobre a natureza da bomba-relógio em Fukushima, Suzuki reiterou que é, talvez, a maior ameaça para a humanidade e para o planeta que teremos de enfrentar no futuro imediato. “Fukushima é a situação mais terrível que podemos imaginar”, disse ele antes de se aprofundar no assunto. “Três dos quatro reatores foram destruídos no terremoto e no tsunami, e o quarto foi danificado de tal forma que, se houver outro terremoto de magnitude sete ou mais, a construção toda entrará em colapso desencadeando o inferno. E a probabilidade de um terremoto deste tipo nos próximos três anos é de mais de 95%”, disse Suzuki.
A empresa responsável pela usina nuclear de Fukushima, Tepco, anunciou que em breve começará a tentar a extração de mais de 1.200 blocos utilizados na piscina de resfriamento de combustível nuclear. Cientistas do mundo todo têm alertado há mais de dois anos sobre os riscos e consequências globais que podem ocorrer se esse processo levar a um dano perto do reator número 4, o mais afetado pelo tsunami de 2011. Caso apenas duas hastes se toquem neste processo, pode haver uma reação de cisão e uma imensa liberação de radiação.
(A Tepco anunciou em 18 de novembro o início da retirada de combustível da piscina do reator 4, a operação mais delicada desde que o tsunami de março de 2011 devastou as instalações. A retirada das barras de urânio e plutônio da piscina, é a primeira etapa do processo de desmantelamento da central nuclear, que vai demorar décadas. A piscina do reator 4 contém 1.533 pacotes de combustível, que a empresa espera retirar até o fim de 2014).
Fato é que a usina de Fukushima está à beira do equivalente a uma super bomba nuclear. Segundo Suzuki, é certo que outro terremoto atinja Fukushima dentro dos próximos três anos.
Mas não conte com o governo japonês para informar do risco. Em vez disso, eles provavelmente irão, mais uma vez, começar a desligar seus contadores de radiação, aumentando os limites admissíveis de radiação nos alimentos. Ou deverão selar a cidade, como foi feito em Chernobyl, e ficar por isso mesmo. Por agora, cabe a nós mesmos nos prepararmos – fazendo um esforço para espalhar as notícias e chamar o público para exigir que uma ação seja tomada em Fukushima, sob a orientação dos melhores cientistas independentes.
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