Sempre gostei de História. Uma das matérias que mais gostava na escola era justamente essa (por mais chato que fosse a decoreba de nomes, lugares, datas…). Sempre gostei de fuçar mais além, de pesquisar o que poderia haver por trás daquilo que os livros contavam. Consultava os livros nas bibliotecas e hoje, a internet ajuda e muito nesse trabalho. E quando estreou o History Channel, corri para assinar o pacote da TV a cabo que o trazia.
Ao voltarmos no tempo, encontraremos a utilização da palavra história, pela primeira vez, na Grécia Antiga. Vem de histor, testemunho. Quer dizer, o historiador era, na verdade, aquele que escrevia hoje o que aconteceu no passado. Depois, continuou sendo entendida como uma narrativa e não apenas uma coleção de datas e nomes. Só muito mais tarde, no século XVIII, passou a existir o interesse em explicar os acontecimentos e relacioná-los entre si. A partir do século XX, os historiadores passaram a valorizar ainda mais as relações econômicas entre pessoas, grupos e povos. Assim, ela deixou de ser apenas uma narrativa para se transformar em “possibilidades interpretativas do passado”. Estudando a História, você pode muitas vezes compreender o presente e até projetar o futuro.
A imagem abaixo conta a história da Humanidade, por Milo Manara. Para ver a imagem em tamanho maior e desfrutar do talento desse artista, basta clicar nela.
A História do Brasil guarda inúmeras curiosidades, e depois de pesquisar um pouco, selecionei algumas para compartilhar:
1. Eram faladas mais de 1.000 línguas no Brasil na época do descobrimento. Destas, 180 são faladas atualmente e apenas 11 tem mais de 5.000 falantes. Essas mais de 1.000 línguas eram faladas por mais de quatro milhões de índios, e hoje são menos de 900 mil, vivendo em assentamentos miseráveis e favelas nas grandes cidades.
2. Até meados do século 19, cinco milhões de africanos negros foram aprisionados e levados à força para o Brasil. Quando, em 1888, foi abolida a escravatura, não houve qualquer esforço no sentido de possibilitar condições dignas aos ex-cativos.
3. Tiradentes nunca usou barba. Joaquim José da Silva Xavier foi dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
4. O nome completo de D. Pedro I era Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Ufa! A certidão de batismo dele devia ter um metro de comprimento!
5. Falando em batismo, o Brasil já teve oito nomes antes do atual: Pindorama (nome dado pelos indígenas); Ilha de Vera Cruz, em 1500; Terra Nova em 1501; Terra dos Papagaios, em 1501; Terra de Vera Cruz, em 1503; Terra de Santa Cruz, em 1503; Terra Santa Cruz do Brasil, em 1505; Terra do Brasil, em 1505; e finalmente Brasil, desde 1527.
6. O Brasil recebeu este nome porque nos primeiros anos de sua colonização era extraída das matas na costa brasileira a madeira chamada pau-brasil. Ela era usada para tingir tecidos e a cor que produzia era a cor da brasa.
Pindorama, em tupy-guarani, quer dizer “Terra das Palmeiras”.
7. Puxa-puxa, marmelada e pão-de-ló : estes três doces ficaram bem populares no Brasil. O puxa-puxa, que os árabes inventaram e levaram para Portugal; a marmelada, muito apreciada pelos bandeirantes, e o pão-de-ló que se oferecia ao condenado à morte, como última refeição, acompanhado de vinho. Por isso era também chamado de “bolo do enforcado”.
8. O Brasil pagou 2 milhões de libras a Portugal pela Independência. D. Pedro não pediu nenhuma possessão portuguesa – caso de Angola, na África, cuja elite quis fazer parte do Império do Brasil para facilitar o tráfico de escravos.
9. Pero Vaz de Caminha narra o primeiro encontro dos índios com Cabral. Dois deles foram levados à presença do navegador português e, dentro do navio, não demonstraram nenhum espanto, nem mesmo quando viram um carneiro. Porém, ficaram muito assustados diante de uma galinha. Depois, sem nenhum medo dos portugueses, deitaram no chão e, como se estivessem na própria aldeia, dormiram tranquilamente.
10. Diogo Álvares Correia foi um náufrago português que passou a vida entre os indígenas da costa do Brasil e que facilitou o contato dos primeiros viajantes europeus com os povos nativos. Recebeu o apelido de Caramuru pelos Tupinambás. Há duas versões para o significado de Caramuru: por volta de 1510, o navio onde ele estava naufragou na costa da Bahia, seus companheiros morreram e ele foi encontrado pelos índios em meio às pedras, como uma moreia (significado de Caramuru). Outra explicação para a alcunha é a da lenda, que diz que Caramuru significava “filho do trovão”, que Diogo Álvares Correia teria recebido ao afugentar indígenas que o queriam devorar, matando uma ave com um tiro de arma de fogo. A primeira versão hoje é a mais aceita, apesar da lenda ser a mais difundida.
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