Os Maiores Mistérios Não Solucionados – Parte 1

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Quando a verdade se perde no tempo, só restam perguntas.

Desde que o ser humano aprendeu a contar histórias, ele também aprendeu a se inquietar com aquilo que não tem explicação. Mistérios não resolvidos são como traumas na memória coletiva — eles nos fazem imaginar, teorizar, duvidar. E, talvez por isso mesmo, sejam irresistíveis.

Ao longo dos séculos, o mundo acumulou enigmas que desafiam a lógica, a ciência e até o bom senso. Alguns parecem prestes a ser resolvidos — e então algo muda, e tudo volta à estaca zero. Outros continuam pairando no ar, como se zombassem da nossa necessidade de entender tudo.

Hoje, trago alguns desses casos que até hoje continuam sem resposta.


O Desaparecimento do Voo MH370

Em 2014, o voo MH370 da Malaysia Airlines simplesmente sumiu dos radares, com 239 pessoas a bordo. Restaram apenas fragmentos encontrados em praias distantes, e nenhuma explicação definitiva. Teria sido falha técnica? Sabotagem? Mistério.

Esse é um dos maiores mistérios da história da aviação. A aeronave, que ia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China, sumiu menos de uma hora após a decolagem. Apesar de buscas extensas, a causa do acidente permanece desconhecida. 

O que aconteceu

Pouco depois da última comunicação com a torre, o avião desviou drasticamente da sua rota para Pequim. Dados de um radar militar mostraram que ele virou em direção ao Estreito de Malaca e voou sobre o Oceano Índico.

Apesar da perda de contato por rádio, um satélite britânico detectou sinais “ping” da aeronave por aproximadamente seis horas, o que permitiu traçar sua provável trajetória final sobre o Oceano Índico. 

Investigações e buscas

As buscas pelo MH370 se tornaram a mais cara e extensa operação de busca aérea e marítima já realizada. A área de busca foi focada no sul do Oceano Índico, a cerca de 2.000 km da costa de Perth, Austrália.

Entre 2015 e 2016, vários fragmentos de destroços foram encontrados em praias da África Oriental e em ilhas do Oceano Índico. Os investigadores confirmaram que esses destroços eram do MH370, mas isso não ajudou a localizar o corpo principal da aeronave.

Buscas retomadas

Em 2024, a Malásia anunciou que as buscas seriam retomadas pela empresa de robótica marítima Ocean Infinity, sob um contrato de “se não achar nada, não pagamos”. Mas nada foi encontrado…

Teorias e mistério

A falta de evidências concretas alimentou diversas teorias sobre o que pode ter ocorrido, que vão desde falha mecânica ou incêndio a um ato deliberado por parte do piloto ou de um sequestrador. Nenhuma teoria foi comprovada de forma conclusiva e o mistério continua a intrigar o mundo


O Manuscrito de Voynich

Um livro ilustrado, escrito em uma língua que ninguém jamais decifrou. Nem criptógrafos, nem linguistas da CIA, nem inteligência artificial conseguiram traduzir uma única linha, até hoje. Datado do século XV, o Manuscrito de Voynich parece ser uma enciclopédia de plantas, estrelas e símbolos — mas de onde veio? E para quem foi escrito?

Essa obra é considerada o livro mais misterioso do mundo. Embora tenha características linguísticas de idiomas naturais, a ausência de pausas entre as letras sugere que talvez não seja uma cifra.

O livro, de 240 páginas,  descoberto pelo livreiro Wilfrid Voynich em 1912, é famoso por sua escrita enigmática e ilustrações estranhas, e é dividido em seções temáticas, com ilustrações que não tornam o texto mais claro, mas sim mais enigmático. As seções seriam:

  • Botânica: com plantas que não se assemelham a nenhuma espécie conhecida.
  • Astronomia: contém diagramas astrológicos, o sol, a lua, estrelas e o zodíaco.
  • Biologia: mostra figuras femininas nuas interagindo com líquidos estranhos em piscinas e vasos, o que pode representar banhos medicinais.
  • Farmacologia: Inclui desenhos de raízes, folhas e ampolas que parecem receitas de remédios.

Teorias sobre sua origem e propósito
A origem do manuscrito é cercada de especulações. A datação por radiocarbono aponta o início do século XV, e a análise estilística sugere que pode ter sido produzido na Itália durante o Renascimento. Algumas das teorias mais conhecidas são: 

  • Farsa: A teoria mais cética sugere que o manuscrito é uma elaborada farsa sem significado real, talvez criada para enganar o imperador Rodolfo II, que supostamente o comprou em 1580.
  • Língua natural: Uma hipótese sugere que o manuscrito pode estar escrito em uma língua natural desconhecida e altamente específica, talvez transcrita foneticamente por um europeu. Um estudo brasileiro de 2014 chegou a conclusões semelhantes.
  • Códice criptografado: Outros acreditam que o texto seja uma criptografia complexa, talvez para esconder segredos de alquimistas, botânicos ou estudiosos de medicina.
  • Segredos medievais: Há teorias que indicam que o texto poderia conter segredos sexuais ou práticas medicinais da época. 

Atualmente, o manuscrito encontra-se na Biblioteca de Livros e Manuscritos Raros Beinecke, na Universidade de Yale, EUA.


O Triângulo das Bermudas

Navios e aviões desaparecendo entre a Flórida, Porto Rico e as Bermudas — essa área é palco de incontáveis teorias: anomalias magnéticas, portais dimensionais, civilizações submersas. A verdade? Nenhuma hipótese foi comprovada.

Embora a área seja conhecida por esses mistérios, investigações não encontraram evidências de que os acidentes ocorram com maior frequência do que em outras regiões movimentadas, atribuindo os incidentes a fenômenos naturais, erro humano e interpretações equivocadas. 

Relatos de anomalias, como falhas em bússolas, começaram com Cristóvão Colombo, mas o termo “Triângulo das Bermudas” foi cunhado apenas em 1964. As autoridades e os cientistas atribuem os desaparecimentos a fatores como o tráfego intenso, o clima instável (furacões, tempestades tropicais), a Corrente do Golfo e outros fenômenos naturais, e não a uma causa sobrenatural. 


Jack, o Estripador

Em 1888, Londres viveu o terror com uma sequência de assassinatos brutais. O assassino enviava cartas à polícia e desaparecia sem deixar rastros. Mais de um século depois, ninguém sabe quem realmente foi Jack, o Estripador.
Talvez o mistério mais famoso da história — e, paradoxalmente, o mais estudado.

Os crimes

Embora o número exato de vítimas seja debatido, cinco assassinatos são atribuídos a ele, cometidos entre agosto e novembro de 1888. Todas as vítimas eram mulheres, a maioria delas prostitutas. O modus operandi do assassino era marcado por cortes profundos na garganta, além de mutilações abdominais e faciais que sugeriam um conhecimento de anatomia humana

A investigação policial

A investigação da Polícia Metropolitana foi dificultada por vários fatores, por exemplo, os métodos como a impressão digital e o uso de DNA não existiam na época.

O Whitechapel, o bairro onde os crimes ocorreram, era um bairro pobre e superpovoado, com becos confusos que dificultavam a investigação e a coleta de pistas. A cobertura frenética da imprensa alimentou pistas falsas e o pânico na população.

Além disso, houve interferências e falta de cooperação entre as diferentes divisões da polícia. E o que prejudicou ainda mais o trabalho foi a criação de um grupo de cidadãos que patrulhava as ruas e acusava muita gente. 

O mistério e os suspeitos

Apesar de mais de 100 suspeitos terem sido investigados ao longo da história, a identidade de Jack, o Estripador, nunca foi confirmada. Algumas das teorias e suspeitos são: 

  • Aaron Kosminski: Um imigrante polonês que trabalhava como barbeiro. Ele foi um dos principais suspeitos da época e foi apontado em uma análise de DNA em 2019, embora essa evidência tenha sido inconclusiva.
  • Hyam Hyams: Um fabricante de charutos epilético e alcoólatra, apontado por um descendente de um dos detetives da época.
  • Médicos ou açougueiros: A natureza das mutilações levou a especulações de que o assassino teria conhecimento de anatomia. 

O caso de Jack, o Estripador, permanece como um dos mais famosos crimes não resolvidos, e a lenda em torno de sua figura continua a fascinar pesquisadores e entusiastas até hoje


Por que amamos o que não entendemos?

Talvez porque o mistério nos lembre que a verdade nem sempre está ao alcance dos olhos. E que cada enigma é um espelho do nosso próprio desejo de controle — e da nossa incapacidade de consegui-lo.

Enquanto escrevia meu novo livro, percebi que, muitas vezes, o verdadeiro enigma não está exatamente no crime, mas na mente de quem tenta resolvê-lo.

Em breve, falarei mais sobre essa minha nova história… onde cada detalhe é uma pista, e cada silêncio, uma confissão.

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