Os mistérios do lago mais profundo do mundo

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O lago Baikal, na Sibéria, é o mais antigo e profundo do planeta. Os moradores locais o veneram há séculos e repassam, de geração a geração, histórias cheias de mistério.

O Lago Baikal tem 636 km de comprimento e 80 km de largura, é o maior lago de água doce da Ásia, o maior em volume de água doce do mundo, o mais antigo (25 milhões de anos) e o mais profundo da Terra, com 1 680 m de profundidade máxima conhecida.

O lago tem tantas histórias que, se você for lá conhecê-lo, reserve no mínimo um dia para conversar com os moradores. Uma dessas histórias é até bem assustadora. Ela conta de um dragão que habita a parte mais quente do lago. Segundo as narrativas, é um monstro-lagarto com garras e “armadura” nas costas, mas há quem sugira que se parece com um antigo ictiossauro, o ancestral dos crocodilos. 

Para acalmar a fera, os pescadores ofereciam peles, joias e comida ao monstro do Baikal apenas alguns séculos atrás. Alguns até praticavam sacrifícios de sangue.

Na década de 1980, pesquisadores soviéticos registraram um objeto de 30 metros em movimento  no leito do lago. Os dispositivos de ecolocalização não foram capazes de esclarecer exatamente o que era. Seria a confirmação do monstro? Com mais de um quilômetro de profundidade, o que pode existir lá no fundo?

Aliás, essa pergunta vem sendo feita com cada vez mais frequência. Com os robôs subaquáticos mais modernos, muitas pesquisas têm acontecido para tentar responder a ela.

Um dos grandes mistérios da história russa é: onde foram parar as reservas de ouro do Império Russo após a Revolução de 1917? O país mergulhou em uma guerra civil entre partidários do regime tsarista (os Brancos) e apoiadores do novo regime (os Vermelhos). O ouro do Império foi sendo cada vez mais empurrado Sibéria adentro e passou de um lado para o outro. Quando enfim caiu nas mãos dos bolcheviques em 1919, descobriu-se que algumas das caixas continham tijolos em vez de barras de ouro. Cerca de 180 toneladas foram “perdidas”. Alguns acreditam que o tesouro afundou no lago, quando o trem Circum-Baikal, que o transportava ao longo do lago, sofreu um acidente.

Robô submarino

Vários robôs submersíveis foram ao fundo do lago e localizaram restos de caixas e até supostas barras com pó dourado. No entanto, esses achados nunca foram recuperados devido ao solo movediço.

Recentemente, cientistas do Siberian Branch of the Russian Academy of Sciences organizaram uma expedição ao lago motivados também por uma das lendas locais: os moradores acreditavam que existe lá um abismo sem fundo que leva ao oceano aberto ou a um submundo. Muitas pesquisas anteriores descobriram que existem rachaduras no fundo, e o tal “abismo sem fundo” estaria exatamente no local de uma falha tectônica.

A nova expedição, usando um robô submarino ultramoderno e equipado com câmeras e sensores, confirmou a presença de vulcões de lama, mas os sinais de erupções recentes revelados pelo robô podem indicar que a falha está ativa. O que é um cenário geológico muito mais dinâmico do que se imaginava. Esses vulcões serão indicadores de futuros terremotos na região — uma possibilidade de grande valor para a sismologia.

Vulcão ativo no fundo do lago

Mas a maior surpresa foi biológica: entre os cones de lama e rachaduras, os pesquisadores encontraram micro-organismos capazes de sobreviver a pressões altíssimas e temperaturas baixíssimas.

E também foram observadas pequenas criaturas, como peixes e moluscos, que vivem ao redor das aberturas vulcânicas, além de esponjas brancas colonizando rochas próximas.

Essa descoberta abre novas portas para o estudo da vida em ambientes extremos, e pode até oferecer pistas sobre a existência de organismos semelhantes em luas geladas, como Europa (uma das quatro luas de Júpiter), que abrigam oceanos subterrâneos.

Fontes:

br.gw2ru.com/viagem

olhardigital.com.br

Wikipedia

huffingtonpost.es

smithsonianmag.com

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