Mistério sobre navio pirata é resolvido após 300 anos

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Navio Queen Anne’s Revenge, mostrado no filme “Piratas do Caribe”, afundou em 1718

Uma equipe de pesquisadores pode ter resolvido o mistério em torno do navio pirata de Barba Negra, que inspirou a embarcação vista em “Piratas do Caribe”.

O que aconteceu?

O navio, batizado originalmente de Queen Anne’s Revenge, afundou na costa da Carolina do Norte, nos EUA, em 1718, e só foi encontrado 300 anos depois.

A embarcação estava cheia de pedaços de carvão, o que intrigou os cientistas. Porque o mineral começou a ser usado em navios em 1870 — ou seja, muito depois do naufrágio.

Representações do Barba Negra, o Pirata, e seu navio publicadas no livro do século 18 “General History of the Lives and Adventures of the Most Famous Highwaymen, Murderers, Street-Robbers””Imagem: Reprodução/ Joseph Nicholls/J. Basire/ Wikimedia Commons
Ele levou terror pelos mares por apenas três anos (entre 1716 e 1718), tempo suficiente para se tornar um dos mais conhecidos piratas de sua época, saqueando as colônias inglesas da costa da América do Norte e do Mar do Caribe.
Seu nome? Edward Teach, o Barba Negra. Ele servia num navio corsário baseado na Jamaica quando decidiu virar pirata, assumindo a identidade de Barba Negra. Para isso, deixou os cabelos e a barba crescerem e passou a fazer uso de artifícios psicológicos para ganhar respeito e obter uma rápida rendição de suas vítimas.
Entre outras artimanhas, o pirata usava fósforos acesos emaranhados no cabelo para se envolver em fumaça e cheiro de enxofre.
Não por acaso, todos tremiam na base ao ver aquela figura assustadora! 

A hipótese inicial é que esse carvão teria sido usado para cozinhar ou aquecer o navio. Entretanto, os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência que provasse isso.

“Queríamos descobrir de onde esse carvão poderia ter vindo naquela época em particular, bem antes que houvesse qualquer mineração de carvão de qualquer tipo neste país” James Hower, professor pesquisador do Centro de Pesquisa Energética Aplicada do Reino Unido (CAER).

Hower recebeu quatro amostras do carvão para análise em laboratório e as amostras do naufrágio variaram em classificação. O especialista explicou que essas diferenças são importantes para entender de onde o mineral veio.

“O carvão betuminoso de baixa volatilidade geralmente é encontrado na Virgínia. É bom para cozinhar e também foi usado em navios a vapor, porque não emite fumaça quando queima. Já o antracite não costuma ser encontrado em qualquer lugar, está quase todo na Pensilvânia.”

Outra chave para resolver o mistério era saber em que momento essas fontes de carvão estavam ativas. Os colonos europeus só descobriram o antracite da Pensilvânia no final da década de 1760. A mineração legítima só começou a ser feita nos anos 1800…

Maquete representando o navio do Barba Negra

Os cientistas, então, perceberam que o local onde o navio afundou fica próximo a um porto utilizado para reabastecimento de carvão durante a Guerra Civil, após 1862. A explicação é que a maré teria levado o minério até a embarcação.

“Descobrimos que alguém usou esse carvão. Não foi o Barba Negra, mas a Marinha dos EUA”, conclui o pesquisador.

O estudo foi publicado no International Journal of Nautical Archaeology.

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