Existe um texto por aí na internet falando que o senhor da foto, Lee Kuan Yew, deveria ser o presidente do Brasil e coisa e tal. O texto é o seguinte, para quem ainda não leu (entre aspas e os destaques em negrito vieram no email que recebi, não são meus):
Pelo visto, o Brasil tem SOLUÇÃO… Mas, a população diminuiria muito, muito mesmo.”
Bem, não posso discordar de muita coisa que está escrita aí, levando em conta o estado do Brasil em termos de violência, insegurança, corrupção etc.
Mas, por outro lado, estranhei algumas informações, porque tenho uma amiga que vive em Singapura e ela nunca tinha me dito coisas parecidas. Então, fui checar para colocar os devidos pontos nos “iis”, não com o intuito de desmentir ou de contraargumentar, mas apenas tentando restabelecer a verdade dos fatos, para não se difundir falsos mitos:
1. Singapura é minúscula, com uma população pouco maior do que a de Belo Horizonte. Por isso mesmo, e também porque não tem recursos naturais, suas conquistas foram a ferro e fogo (de fornalhas, não de armas). Não só na engenharia civil, mas também humana. A sociedade ali parece ter sido construída, tamanha a capacidade do governo em incentivar as pessoas e planejar suas políticas, fazendo seus habitantes se esforçarem para conseguir seus objetivos pessoais. É um povo que se levantou de uma situação de miséria, analfabetismo, falta de lares e sem visão de um futuro. Por isso, pelo fato de depender das pessoas, não pode se dar ao luxo de sair fazendo matanças. Muitos presos são recuperados porque o país precisa de gente para trabalhar. Então, essa coisa de matança de prisioneiros é duvidosa. O país tem cadeias como as da China, péssimas, pois eles acham que o cara tem que passar o diabo justamente para que a pessoa não queira voltar. Mas matança, nunca se ouviu falar.
2. Fuzilamentos? Só durante a ocupação dos japoneses na Segunda Guerra.
3. É um estado autoritário? Sim. Não tolera drogas? Não. O tráfico de drogas é passível de pena de morte (não o consumo). Isso de DEAD no avião é lenda. Se você chega com 3 gramas de cocaína e 15 de maconha, vai ser preso, levar chibatadas e depois extraditado. Mais do que isso, é pena de morte (aí você seria traficante).
A tal história do turista brasileiro com cocaína na prancha de surfe é verdade, mas o rapaz ainda não foi executado. O governo brasileiro intercedeu e coisa e tal, mas até agora nada de perdão.
4. Eleição não existe, só há um partido. E o Lee Kuan não era presidente, era primeiro-ministro e se aposentou, deixando o posto para o filho…
5. Chicletes: são vendidos como remédio para branquear os dentes, são caros e realmente, cuspir no chão dá multa. A internet também tem censura, mas calma: de sites pornôs, de exploração infantil, coisas que qualquer pessoa saudável acharia natural proibir.
6. Por fim, o senhor Lee hoje deve ter seus quase 90 anos, e não foi militar, ele é advogado e governou o país por três décadas.
Pelo que pude apurar, um brasileiro ali sempre se assusta: as construções cinematográficas; o verde espalhado por toda a cidade; a organização dos meios de transporte público; o desempenho do país em diversos indicadores internacionais… tudo isto causa imensa vergonha alheia de ter a história política e econômica que temos. Mas acho que ainda há saída: renovemos os políticos que só querem mamar às nossas custas que um dia chegaremos lá.
Sempre que recebo alguma coisa desse tipo, costumo verificar sua veracidade. Pelo fato da internet ser um espaço aberto e democrático, as pessoas publicam informações de todo o tipo. E mais uma vez eu estava certo. Entrei no google e pesquisei o nome do sr Lee Kuan Yew. Encontrei seu artigo e pude comprovar que as meias-verdades, ou meias-mentiras estão por aí. Mas que dá uma inveja de países assim, isso dá.
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Foi exatamente isso que eu fiz, fui checar as informações desse email que recebi. Só que fui checar com uma amiga que vive em Singapura, direto na fonte. Ela desmentiu algumas coisas e acrescentou outras e, de fato, concordo com você, dá inveja de algumas coisas de alguns países. Pena que o brasileiro, em geral, fique encantado com o que vê quando vai viajar, obedece às regras do país e, na volta, faz tudo como fazia antes. Por exemplo, os corintianos que foram ao Japão para torcer pelo seu time na final de futebol. Andavam centenas de metros com lixo no bolso do casaco até encontrar uma lixeira, não jogavam no chão… Você acha que eles incorporaram esse hábito quando voltaram para sua cidade? É como o pessoal que vai para a Disney; eu vi um pai chamar a atenção do filho que jogou a casquinha de sorvete no chão, mandou que pegasse e levasse até o cesto de lixo mais perto, em Orlando (EUA). Vi esse mesmo pai ignorar quando seu filho jogou chiclete de bola no piso do aeroporto de Cumbica, em São Paulo, quando voltaram…
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Como o Anderson, eu tb sempre checo este tipo de matéria antes de repassar e é ótimo quando alguem se dispõe a elucidar tais notícias. Parabéns Júlio.
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Obrigado, Fernando, e faço isso sempre porque, sem tal medida, é possível passar adiante informações que não são 100 por cento verdade. Ao contrário de outras, que são verdade e que ninguém conta… Como quando do início da crise mundial mais recente, há 4 anos, o governo da Austrália, depois do primeiro-ministro aparecer na TV em cadeia nacional tranquilizando os 21 milhões de habitantes do país informando “que estamos no controle”, depositou no dia seguinte 900 dólares na conta de TODOS os habitantes. Uma medida para incentivar o consumo e fazer a economia voltar a girar.
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COMO BRASILEIRO QUE EU ESPERO, E QUE NOVAS LIDERANÇAS NO PAIS , PUDESSEM ENCHERGAR A REALIDADE QUE VIVEMOS, SO PAGAMOS IMPOSTOS E SO TEMOS MIGALHAS PELO QUE PAGAMOS EM IMPOSTOS, NOSSA JUVENTUDE PRECISARIA ACORDAR JA, SE NÃO DAQUI UNS ANOS SERA TARDE DE MAIS, CHEGA DE MIGALHAS O NOSSO POVO NÃO AGUENTA MAIS
EVANILDO
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Mas Mestre você acha que vai dizimar a corrupção por milagre de deus no Brasil , na Cingapura que o deus deles é hinduísmo eles so conseguiu com o fuzilamento dos aviciados
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Está enganado, amigo. Existe pena de morte, mas ela não é a esmo. E prova do seu desconhecimento, não saber que a pena de morte é aplicada por enforcamento, não fuzilamento.
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